Novo galpão dos Correios na RMF é promessa para resolver atrasos em entregas


Desde incêndio no Centro de Triagem de Cartas e Encomendas (CTCE Fortaleza), em fevereiro, e greve dos servidores, em março, atrasos em entregas dos Correios na Capital têm se agravado. Tentando contornar a situação, a empresa está prospectando galpão logístico para instalação de nova unidade operacional em Fortaleza, Eusébio, Aquiraz ou Itaitinga (Região Metropolitana).

O advogado José Robério Xavier é um dos prejudicados, na Capital. Esperando encomendas atrasadas há mais de 100 dias, ele acredita haver extravio dos produtos de maior valor. “Os produtos desaparecem do rastreamento. Já registrei boletim de ocorrência e vou entrar na Justiça”, projeta. A dificuldade de Robério é agravada com as compras feitas pela internet e o contato quase impossível com os remetentes chineses, por exemplo.

O problema está ainda no contato entre remetente e a empresa, que comumente pede contínuos prazos de análise, processamento e solução dos casos. Assim, encomendas extrapolam, facilmente, o prazo previsto. Encomenda tipo PAC, de entrega não expressa, leva pelo menos o triplo dos 10 dias estipulados, conforme O POVO Online apurou. 

Nos demais estados, não parece ser diferente. Os Correios estão em primeiro lugar nas demandas do site especializado Reclame Aqui. A empresa é uma das mais criticadas nos últimos 12 meses. “A empresa não dá mais nem atenção às nossas reclamações, já sendo campeã nisso”, completou Robério.

Localmente, a empresa diz que, após o incêndio no CTCE, colocou em prática plano de continuidade da triagem das cartas e encomendas destinadas ao Ceará e originadas no Estado. “Dentre as medidas contingenciais adotadas, estão o uso adicional de duas unidades próprias e de um espaço cedido à empresa na Capital, além do apoio de outros três centros de triagem no País: dois em São Paulo; e um em Salvador”, informou, em nota.

Em paralelo, a empresa está prospectando galpão logístico na Região Metropolitana de Fortaleza, com área superior a 8.700 m². 

Remetentes cujas encomendas têm prazos de entrega vencidos, devem registrar manifestação pelos canais de atendimento disponíveis, pela internet (clique aqui) ou pelo telefone 3003 0100. Aos destinatários de encomendas nessa situação, a sugestão é que entrem em contato com a loja/vendedor onde a compra foi realizada.

Quando as tentativas diretamente com a empresa não têm sucesso, é possível procurar os órgãos de proteção aos direitos do consumidor. As reivindicações com o órgão de conciliação servem como um primeiro passo e economia de tempo caso o problema precise ser levado à Justiça. 

É o que explica Cláudia Santos, diretora do Procon Fortaleza. Se o produto chegou danificado ou mesmo não chegou, é preciso demandar conciliação via administrativa ou jurídica. “Só temos recebido solicitação de informações. O consumidor tem que vir reclamar pra gente ter conhecimento e instaurar procedimento administrativo. Depois disso, podemos notificar a empresa. Se o consumidor não registra, fica impossível resolver”. 

Em 2018, o Procon não recebeu reclamações formais contra os Correios. Contudo, o órgão disponibiliza meios pela internet e vários pontos de atendimento presenciais. Após a notificação, há audiência. Caso não seja resolvido, o convênio do Procon com o Tribunal de Justiça do Ceará já adianta etapas judiciais. “O consumidor ganha tempo com a via administrativa”, conscientiza Cláudia.
O POVO Online

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