Pela primeira vez, desde fevereiro de 2017, o número de Crimes
Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) - homicídios, latrocínios e
lesões corporais seguidas de morte - caiu, no Ceará, quando comparados
períodos dos anos subsequentes. Mesmo apresentando uma queda, o índice
ainda foi muito alto, em abril de 2018, quando os relatórios diários
divulgados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS),
contabilizaram, pelo menos, 354 execuções. No quarto mês do ano
passado, a Pasta contabilizou 378 mortes.
A discreta redução de 6,3% é baseada em dados ainda não consolidados
pela SSPDS. Os relatórios publicado não somam as pessoas feridas, que
morreram em unidades hospitalares.
Apesar da diminuição neste último mês, o acumulado de CVLIs de janeiro a
abril de 2018 supera a soma do primeiro quadrimestre do ano anterior.
Enquanto nos quatro primeiros meses deste ano ocorreram 1.612 execuções,
em igual período de 2017 foram cerca de 1.380. Fortaleza permanece a
região mais crítica do Estado. Nas periferias da Capital está
concentrada a maior parte dos crimes contra.
Latrocínios
Em menos de duas semanas, a SSPDS catalogou dois latrocínios na
Capital. Na manhã do último dia 12 de abril, a estudante universitária
Cecília Rachel Gonçalves Moura foi baleada na cabeça, no bairro Parque
Manibura. A jovem conduzia um veículo quando foi surpreendida por uma
dupla armada, que tentou assaltá-la. Uma semana depois, sete suspeitos
haviam sido presos e a Polícia Civil considerou o crime elucidado.
No início da tarde do dia 24 de abril de 2018, mais um latrocínio foi
registrado. Roberto Mamede Studart, empresário e diretor de Esportes
Amadores e Olímpicos do Fortaleza Esporte Clube, foi morto na saída de
uma agência bancária, na Avenida Santos Dumont, Papicu.
As imagens das câmeras de segurança de estabelecimentos próximos
mostraram que Studart foi vítima de uma 'saidinha bancária'. Horas após a
ocorrência, a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) divulgou
a captura de dois suspeitos. Segundo as investigações, o responsável
por alvejar o empresário é um adolescente de 16 anos.
No último dia 26, o governado Camilo Santana, se pronunciou sobre um
outro CVLI registrado em abril. O gestor considerou a morte de um menino
de seis anos, vítima de um confronto entre policiais e criminosos no
bairro Bom Jardim, como um "infeliz acidente".
Diminuição
Um servidor da Policia Civil, que não quis se identificar, explicou que
a tendência é que ocorra uma diminuição nas execuções. "Quando houve a
pacificação das facções nas periferias os homicídios caíram; quando
romperam, os homicídios atingiu os números mais altos da história. Em
2017, houve uma redivisão dos territórios e isso ocasionou uma guerra na
periferia. Agora, que está praticamente tudo dividido, logicamente não
há mais motivo para as facções continuarem se matando. Há menos que
comece outra divisão, a tendência é diminuir os homicídios".
Diário do Nordeste