A operação conjunta de polícias
civis Luz na Infância 2, deflagrada dia (17), resultou ao longo do dia em 251
prisões em 284 cidades de 24 estados e do Distrito Federal, segundo balanço
divulgado pelo Ministério Extraordinário da Segurança Pública. O número se
refere a todas as prisões realizadas
Promovida pelo ministério em
parceria com as polícias civis dos estados envolvidos, a ação tem como foco o
combate à pornografia infantil. A operação investigou pessoas que
compartilhavam ou armazenavam conteúdos relacionados a crimes de exploração
sexual contra crianças e adolescentes.
Segundo o ministro da Segurança
Pública, Raul Jungmann, mais de 1 milhão de arquivos (entre fotos, vídeos e
outros documentos obtidos em ambientes virtuais) com conteúdos relacionados a crimes
de abuso sexual de crianças e adolescentes foram analisados antes da
deflagração. A primeira fase da operação ocorreu em outubro do ano passado.
Do total de prisões, 128 foram na
região Sudeste, 47 no Nordeste, 38 no Sul, 21 no Centro-Oeste e 17 no Norte. Ao
todo, foram expedidos 579 mandados. O ministério informou que segue monitorando
a ação das equipes envolvidas, podendo haver novos números de prisões.
São Paulo
Em São Paulo, 66 pessoas foram
presas: 16 por armazenamento e compartilhamento de imagens e 50 apenas por
armazenamento. A ação no estado foi coordenada pelo Departamento Estadual de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com 600 policiais civis destacados para
cobrir 166 alvos da operação.
A diretora do DHPP, Elisabete
Sato, ressaltou que todos os presos eram homens, casados, com filhos e na faixa
etária dos 40 anos. O mais jovem deles tinha 17 anos e o mais velho, 85. Foram
presos médicos, servidores públicos, técnicos em informática e professores.
Como o crime de armazenamento é
afiançável, a maior parte já pagou a fiança arbitrada pelo delegado de polícia,
passando a responder ao processo em liberdade. Já o crime de compartilhamento
de imagem não permite o pagamento de fiança.
Foram apreendidos 2.627 objetos
como CPUs, notebooks, pen drives, celulares, CDs e DVDs. Todos os equipamentos
serão encaminhados para a perícia técnica. A delegada informou que a operação
teve como alvo pessoas que acessavam sites de pornografia infantil com muita
frequência. "Não é possível mais que toleremos estas situações em que
crianças, extremamente indefesas, tenham imagens divulgadas de uma maneira tão
ostensiva”, disse Sato.
O delegado-geral da Polícia Civil
de São Paulo, Júlio Gustavo Vieira Guebert, alerta que as pessoas que receberem
esse tipo de material devem avisar as autoridades policiais. “Isso é
repugnante. Uma criança foi vítima disso. A sociedade não pode admitir que uma
criança seja vítima de qualquer crime, especialmente os de abuso sexual”,
ressaltou.
Polícia Federal
Uma operação de combate à
pornografia infantil, chamada Safenet, também foi realizada hoje pela Polícia
Federal com três pessoas presas em flagrante nas cidades de São Paulo e Santo
André. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas cidades de São
Paulo, Santo André, Guarulhos e Suzano, onde foram apreendidos celulares,
mídias e computadores. Os investigados responderão pelo crime de adquirir,
possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
registo que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança
ou adolescente, com penas de 1 a 4 anos de prisão.
Agência Brasil