Um barco pesqueiro com 27 pessoas que ficou à deriva em alto mar
foi encontrado por pescadores cearenses e resgatado na noite deste
sábado, 19, na cidade de São José de Ribamar, na região metropolitana da
capital São Luís, no Maranhão. De acordo com o capitão dos Portos
Marcio Ramalho Dutra Mello, o pequeno barco tinha como destino o Porto
de Itaqui, em São Luís, mas devido às suas condições precárias, foi
rebocado para o cais de São José do Ribamar, na região metropolitana. A
Polícia Federal investiga se os brasileiros agiam como "coiotes",
intermediando a entrada ilegal de imigrantes no país em troca de
dinheiro.
Os cearenses rebocaram a embarcação à deriva até um porto no Maranhão.
Além dos africanos, havia dois brasileiros. Eles estariam há 35 dias no
mar e com escassez de suprimentos.
Segundo o governo do Maranhão, havia dois brasileiros e 25 africanos,
de cinco nacionalidades: Senegal, Nigéria, Guiné, Serra Leoa e Cabo
Verde. O grupo desembarcou no cais de São José de Ribamar, após operação
conjunta com a Marinha e a PF. Atendidos em uma unidade médica, eles
apresentavam quadro de desidratação.
Em nota, a Marinha relatou que, na manhã de sábado, por meio da
Capitania dos Portos, tomou conhecimento de que uma embarcação
estrangeira, supostamente de bandeira haitiana, estaria à deriva a 60
milhas náuticas (cerca de 110 km) de São José do Ribamar. Um sobrevoo
realizado pelo Comando Tático Aéreo da Polícia Militar, no entanto, não
encontrou a embarcação.
"As primeiras providências foram tomadas ainda no Cais de São José de
Ribamar, onde foram realizados os primeiros atendimentos médicos e
servidas refeições", diz o governo do Maranhão, em nota. "A equipe
multidisciplinar do Centro Estadual de Apoio às Vítimas (Ceav) também
esteve prestando apoio psicológico."
Os dois brasileiros foram conduzidos à delegacia da
Polícia Federal para prestar depoimento. Conforme a nota, o condutor do
pesqueiro, Raimundo Lima Patrício, informou que seus estoques de
alimentos e água também tinham acabado, após o socorro dado aos 27
ocupantes do Rossana.
A PF também avalia a situação jurídica dos resgatados, afirma a nota.
Após liberação médica, o grupo foi encaminhado para o Ginásio Costa
Rodrigues, em São Luís. "Seguem assistidos pela Secretaria de Direitos
Humanos e Participação Popular (Sedihpop) em caráter temporário, até que
os procedimentos realizados pela Polícia Federal sejam finalizados",
diz o governo.
Diário do Nordeste