Ameaçado de processos caso não reduza o preço do diesel na mesma
proporção que a Petrobras fez nas refinarias, o Sindicato do Comércio
Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos-CE)
informou que a expectativa é que as primeiras cargas com o combustível
mais barato cheguem nesta segunda-feira (4).
"A gente sabe que não há lei no mundo que obrigue vender mais barato,
mas estamos só esperando receber estoque mais barato para vender como o
governo quer. Vamos cumprir de acordo com o que vier da Petrobras",
afirmou o assessor econômico do Sindipostos-CE, Antonio José Gomes
Costa.
Ele observa que, apesar de o governo prometer uma redução de R$ 0,46,
as distribuidoras falam que o repasse deve ficar em R$ 0,41. A diferença
diz respeito à mistura obrigatória de biodiesel, que corresponde a 10%
de cada litro do produto final vendido nas bombas dos postos.
Gasolina sobe
A greve dos caminhoneiros colocou em xeque a política de preços da
Petrobras e levou a estatal a congelar o valor cobrado pelo diesel nas
refinarias, mas os reajustes diários da gasolina seguem a todo vapor. No
sábado (2), o litro da gasolina tipo A passou a R$ 2,0113 nas
refinarias da Petrobras, alta de 2,2%.
Foi a segunda elevação seguida na gasolina, depois de cinco quedas. Ao
longo da semana em que os protestos dos caminhoneiros pararam estradas
em diversos pontos do País, o combustível acumulou redução de 6,4%. Com
as elevações da última quinta-feira até ontem, a alta acumulada ficou em
3%.
A diferença em relação aos valores cobrados pela Petrobras nas
refinarias se deve aos impostos e às margens de distribuição. Segundo a
estatal, o preço na refinaria responde por 33% do valor na bomba.
Tributos federais são 15%, enquanto o ICMS pesa 28%, na média nacional.
O
etanol adicionado à mistura da gasolina responde por 12%, enquanto os
outros 12% se referem à distribuição e revenda.
Diário do Nordeste