O preço do litro da gasolina começa a baixar nos postos. O reflexo é
sentido nas bombas, onde o combustível chega a ser vendido em Fortaleza
ao valor de R$ 4,52, inferior à média registrada em junho – R$ 4,72
conforme pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP). Para constatar a queda de R$ 0,20, O POVO
percorreu dez postos da Capital cearense e observou a redução.
Em
um estabelecimento localizado no bairro Mondubim, a gasolina é vendida a
R$ 4,53. “Nós chegamos a vender a gasolina a R$ 4,86 na metade de
junho. Aos poucos, esse valor foi reduzido. Nessa semana, é provável que
o preço caia novamente”, explica o gerente do posto que pediu para não
ser identificado. Em contrapartida, o preço do etanol girava em R$ 3,75.
Postos
localizados no bairro Itaperi e Maraponga comercializavam a gasolina a
R$ 4,57 e R$ 4,59 respectivamente. Na mesma sequência, o litro do etanol
era ofertado ao consumidor por R$ 3,69 e R$ 3,79.
Num estabelecimento do bairro Dias Macedo, o preço praticado para o
combustível fóssil era de R$ 4,52. O álcool saía por R$ 3,65. “É
possível que entre quarta e quinta-feira esse valor (gasolina) diminua”,
revela um frentista. Na Aldeota, Joaquim Távora e Dionísio Torres, os
postos variavam entre R$ 4,57 e R$ 4,59 o litro da gasolina. O etanol
era encontrado por R$ 3,76 e R$ 3,79.
A redução é explicada pela
queda do valor da gasolina nas refinarias do País, além da estabilidade
do cenário econômico externo. “O dólar começa a se normalizar e a
diminuição do valor do petróleo no mercado internacional tiveram impacto
significativo. Nas próximas semanas, a redução deve se manter,
beneficiando o consumidor”, disse Bruno Iughetti, especialista em
petróleo e energia.
Especular se o preço da gasolina vai cair é
incerto. “É difícil estimar o valor do combustível nos próximos meses. A
política de preços da Petrobras está atrelada à variação do câmbio e
aos movimentos do petróleo no mercado internacional. Se houver alguma
alteração em espaço de semanas, o preço pode disparar novamente”,
explica.
Enquanto a gasolina segue a tendência de queda, o cenário
para o etanol requer atenção. “Os efeitos do combustível são diferentes
se comparado com o que ocorreu com a gasolina. Na greve dos
caminhoneiros, houve uma procura maior pelo etanol, contribuindo para
uma queda dos estoques, resultando em uma alta dos preços”, aponta. Mas
os preços devem atingir o patamar praticado no mês de maio até o final
de julho, em função de as reservas estarem se normalizando. Em maio, o
litro etanol era encontrando em Fortaleza entre R$ 3,55 a R$ 3,89.
Os
consumidores também avaliam que os preços estão mais em conta, mas
longe do que se pagava no início do ano. “Ainda esse ano abastecia meu
carro com o valor da gasolina próximo a R$ 4. Mas esses R$ 0,20 indicam
que os preços podem baixar ainda mais”, ressalta a engenheira Ingrid
Damasceno. Já o eletricista Pedro Vasconcelos não acredita em redução.
“Geralmente ocorre o movimento de queda do preço dos combustíveis em uma
semana. Quando menos esperamos, sobem de novo. Infelizmente continuamos
reféns”, finaliza.
O Povo