O Ministério Público do Ceará solicitou à Justiça que determine o 
recolhimento das 3.140 armas distribuídas pelo Governo do Estado nesta 
quarta-feira (1º) a policiais civis e militares, por possíveis falhas de
 segurança. O pedido é do promotor de Justiça Ricardo Rocha, por meio da
 26ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, segundo o 
qual “a arma adquirida é comprovadamente perigosa”.
De acordo com o MP, pela “gravidade e urgência do fato”, a Promotoria já
 realizou quatro petições cobrando posicionamento da Justiça. Em nota, a
 Secretaria da Segurança do Ceará informou que não vai se pronunciar 
sobre o assunto.
O Governo do Estado realizou solenidade de entrega das armas nesta 
quarta-feira, em Fortaleza. Além de pistolas, foram apresentados 150 
fuzis e cinco fuzis de precisão, com luneta e bipé, utilizados por 
atiradores de elite. O armamento foi entregue com 41 dias de atraso.
Sem travas
Sobre o armamento, o promotor diz que “no próprio site da fabricante, há
 um alerta para o risco de disparo acidental em caso de quedas, pois, 
originalmente, ela não possui travas. Acontece que a empresa fez um 
ajuste no equipamento para adicionar uma trava interna e poder atender 
ao edital. Defendemos que, como o produto original não tinha travas, é 
necessário promover uma nova licitação para que outras empresas possam 
entregar armas corretamente fabricadas”, argumenta.
Ele cita ainda a existência de um relatório do Exército norte-americano 
recomendando que este modelo de armamento não seja utilizado por falhas 
de segurança.
Na semana passada, policiais civis afirmaram que estavam sem trabalhar 
por falta de armamento. A Secretaria de Segurança havia informado que 
aguardava o lote de armamento. "Cada policial do Ceará terá a sua arma. 
Ele vai sair de casa com a sua arma e voltar para sua casa armado", 
afirmou o secretário da Segurança, André Costa, durante a solenidade de 
entrega.
O Globo 
 

 
 
 



 
 
