Ponto de maior conexão de cabos submarinos da América Latina e detentor
de uma das mais extensas infraestruturas de fibra ótica em terra do
País, o Ceará começa a apresentar a primeira e mais básica
característica de desenvolvimento no setor de telecomunicações: uma
velocidade acima da média nacional.
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Dados divulgados na última semana pela Ookla a partir do aplicativo
Speedtest apontam que a velocidade para download no Estado varia entre
9,19 megabytes por segundo (Mbps) e 24,80 Mbps, dependendo da operadora.
As taxas, no entanto, oscilam bastante ao redor da média internacional,
segundo indica o mesmo estudo, que mapeia a velocidade de conexão via
smartphone pelo mundo. No Brasil de uma maneira geral, a taxa de
download é quase três vezes inferior à melhor conexão do globo (62,63
Mbps) e 3 Mbps abaixo da média (22,81 Mbps).
Com 19,20 Mbps para baixar arquivos da internet e 7,86 Mbps para subir,
o Brasil ficou em 70º no ranking do Speedtest, o qual corresponde a
indicadores colhidos até julho deste ano em smartphones de sistema
Android e também iOS.
"Nós colocamos a maior ênfase nas velocidades de download e velocidades
medianas como aqueles que representam o que a maioria das redes
clientes de provedores experimentarão no dia a dia", aponta o estudo,
que não traz a mediana de conexão do Estado do Ceará.
Ranking das operadoras
O estudo revela no Estado que o usuário cearense tem na Claro a
operadora com melhor desempenho. O máximo de 24,80 Mbps foi registrado
pela companhia, que afirma ter investido na rede local, via fibra ótica,
nos últimos quatro anos.
"Hoje, a Claro é a operadora que tem a segunda maior cobertura no
Estado, tanto no DDD 85 quanto no 88. Das 184 cidades, cobre 144. Em
termos de população é o Estado que a gente mais tem cobertura no
Nordeste, exceto por Bahia e Sergipe", destaca o diretor Para a Região
da operadora, André Peixoto.
Ele conta do trabalho de erradicação o 2G pela Claro e da preparação da
rede com postes que possibilitam a instalação de até quatro antenas de
transmissão e recepção, "o qual multiplica quantidade de canais, de
modulação...E tudo isso o usuário percebe através de mais velocidade e
reconhece a latência, que está diminuindo muito".
Segunda colocada no ranking de velocidade, a Vivo alcançou a marca de
18,74 Mbps e creditou o desempenho ao trabalho de ampliação da
infraestrutura em todo o País, pelo qual está aplicando recursos da
ordem de R$ 26,5 bilhões a partir de 2018 a 2020. "No Ceará, a Vivo é
líder em cobertura 3G com 145 municípios atendidos. No 4G, a Vivo leva
sua tecnologia a 72 cidades cearenses e está presente em Fortaleza,
Caucaia e Maracanaú com cobertura de fibra ótica", aponta a companhia.
Por sua vez, a Oi, com a terceira melhor taxa (12,11 Mbps), diz que tem
investido na expansão da capacidade da rede e que estes "os
investimentos durante esse ano estão voltados para a melhoria da
qualidade de experiência dos nossos clientes, expansão da rede 4G, assim
como no avanço da implantação da rede de fibra ótica de alta velocidade
e digitalização".
Já a TIM, quarta em download no Estado com 9.19 Mbps, aponta a
estratégia de utilizar parte das redes 2G e 3G ociosas para expandir e
combinar frequências na tecnologia 4,5G como forma de melhorar a
experiência do usuário, uma vez que essa ação promete até o dobro da
velocidade atual. Além disso, a operadora leva o sinal a "138 municípios
cearenses com a tecnologia 4G, atendendo a 96% da população urbana do
Estado, e uma base de aproximadamente 1,5 milhão de clientes". "Este
grande avanço na cobertura posiciona a empresa na liderança do alcance
do sinal de quarta geração, proporcionando uma melhor experiência para
os usuários", completa.
Melhora insuficiente no País
Mês a mês, os indicadores nacionais apontam crescimento desde julho do
último ano, mas isso não foi suficiente para alterar a colocação do País
no ranking do Speedtest. Liderado pelo Qatar (62,63 Mbps) por mais uma
edição, o ranking conta ainda com Norway (57,31 Mbps) e Emirados Árabes
Unidos (55,17 Mbps) no pódio. Polos de tecnologia reconhecidos
mundialmente, como Estados Unidos (27,40 Mbps) e Japão (25,77 Mbps), no
entanto, estiveram em 48º e 52º, respectivamente.
No entanto, o Brasil esteve abaixo de países cuja conexão via cabo de
fibra ótica não são tão reconhecidas, a exemplo da 27ª Turquia (33,91
Mbps) e o 41º Kuwait (29,25 Mbps). Vizinhos sul-americanos, como o 56º
Uruguai (24 Mbps) e o 61º Peru (21,62 Mbps), também obtiveram médias de
conexão melhores que as brasileiras.
O teste
Ao coletar dados dos aplicativos usados por usuários de Android e iOS
em todo o globo, a Ookla explica que "ao analisar as operadoras mais
rápidas, considera apenas as principais operadoras (todas as teles com
3% ou mais do total de amostras de teste no mercado para o período)".
"Em seguida, determinamos a operadora mais rápida usando o Speed Score,
que incorpora uma medida da velocidade de download e upload de cada
provedor para classificar o desempenho da velocidade da rede (90% da
pontuação final de velocidade é atribuída à velocidade de download e os
10% restantes à velocidade de upload)", detalha.
Diário do Nordeste