O fóssil de um crocodilo de cerca de 80 milhões de anos foi apresentado
nesta sexta-feira (14), no Complexo Cultural e Científico de Peirópolis,
da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba.
Batizado de Caipirasuchus mineirus pelos pesquisadores, o
esqueleto completo do animal foi encontrado na região de Honorópolis,
município de Campina Verde, em 2014.
De acordo com o geólogo da UFTM, Luiz Carlos Borges Ribeiro, restos
de Caipirasuchus já tinham sido encontrados no estado de São Paulo, mas o
novo fóssil descrito representa uma nova espécie e é a primeira
encontrada em Minas Gerais.
Diferente dos crocodilos atuais, o fóssil tem um esqueleto articulado
e possuía hábitos terrestres e um andar ereto, o que significa que era
erguido do chão, similar ao andar de um cachorro. O esqueleto tem cerca
de 70 centímetros (cm) de comprimento, com o crânio de formato
triangular dotado de dentes adaptados a uma alimentação
herbívora-onívora – dieta que inclui alimentos de origem vegetal e
animal.
Em artigo publicado na revista científica internacional PeerJ, os
pesquisadores explicam que o fóssil tem 90% do esqueleto praticamente
completo e articulado, com muitos dentes bem preservados. Segundo
Ribeiro, o fóssil foi preservado durante todo esse período, entre outros
fatores, em virtude da salinidade da água na região.
“O animal morreu próximo a um corpo d’água, na margem de um rio e
durante uma enchente, ele foi sepultado por camada de areia, cascalho e
sem muita movimentação – o que era areia e lama se torna rocha e o osso é
substituído por calcário, o que permitiu que o animal ficasse guardado
como se fosse em um cofre”, explicou à Agência Brasil.
(Agência Brasil)