Derrotado nas urnas, Ciro Gomes
(PDT) embarca para o exterior nesta quinta-feira, 11, para viajar com a
família, e deve ficar fora do País por até duas semanas. Os planos frustram as
investidas do PT, que faz acenos ao candidato derrotado no intuito de trazê-lo
para dentro da campanha petista no segundo turno das eleições 2018.
Ao contrário do que esperava a
campanha de Fernando Haddad (PT), Ciro não vai chefiar a equipe do programa
econômico do petista. A ideia é que o pedetista não suba no palanque com Haddad,
muito menos faça fotos para indicar o "apoio crítico", aprovado em
reunião da Executiva nacional do PDT nesta quarta-feira, 10.
O PT pretendia insistir com Ciro
para que ele integrasse a coordenação da campanha de Haddad. Nos bastidores, o
convite era tratado como um primeiro passo para Ciro assumir um ministério em
eventual governo Haddad. Na campanha petista, o nome dele é citado para
comandar o Planejamento ou a Fazenda.
Para se distanciar do PT, o
presidente do PDT, Carlos Lupi, se antecipou e disse na quarta-feira que o
partido vai lançar Ciro Gomes como candidato para 2022, já após o fim do
segundo turno. "Não faremos nenhuma reivindicação (junto ao PT). Será um
voto claro sem participação na campanha e com a certeza de que não participaremos
de nenhum governo, mesmo se Haddad ganhar a eleição. Vamos começar a construir
agora 2022, já estamos decididos a lançar a candidatura de Ciro Gomes",
afirmou.
Outra forma de mandar sinais
negativas ao PT foi anunciar que o PDT, independentemente de quem vença o
segundo turno, estará na oposição em 2019. O motivo da resistência do PDT em se
aproximar da campanha de Haddad foram os "ataques" que os petistas
fizeram à candidatura de Ciro Gomes, durante o processo eleitoral.
Orquestrada com aval do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, o PT fez uma manobra ainda no primeiro turno que
atrapalhou as negociações de apoio do PSB à candidatura de Ciro. O caso foi
encarado como uma rasteira do PT no partido. Na ocasião, os petistas retiraram
candidaturas em outros Estados para não atrapalhar nomes do PSB que disputavam
os mesmos cargos. Em troca, os socialistas se comprometeram a ficarem neutros
no primeiro turno, em vez de apoiarem o presidenciável do PDT.
Estadão Conteúdo



