A cidade de Iguatu, na região Centro-Sul, é referência na fabricação de
móveis sacros no Ceará. Altares, mesa eucarística, santuário, púlpito,
pedestal, cadeira, coluna e santuários ocupam igrejas das paróquias da
região e das dioceses de Crato, Quixadá e de outros estados.
As peças são feitas sob orientação do marceneiro, Antônio Lopes. Dez
anos após começar a produzir móveis comerciais e residenciais, ele
passou a receber encomendas para a fabricação de peças sacras.
Inicialmente, o então bispo da Diocese de Iguatu, Dom José Doth, fazia
os projetos. "Ele me procurou com desenhos bem feitos e gostei da ideia e
do desafio", contou. Muitas das peças a Catedral de São José em Iguatu,
inaugurada em 2006, foram confeccionadas pelo marceneiro.
A excelência no acabamento e os modelos despertaram a atenção do bispo e
dos padres da diocese. "A partir dos primeiros trabalhos, as encomendas
foram ampliadas", contou Lopes. "Somos exclusivos na produção de móveis
e peças sacras na Região", diz.
Monsenhor Afonso Queiroga, conhece o trabalho feito por Antonio Lopes e
destacou o cuidado que ele tem em produzir as peças. "Trabalha com muito
capricho, deixando os móveis perfeitos", frisa. "Não há o que
reclamar".
A produção de móveis sacros é um desafio e um prazer para o marceneiro.
"Sinto-me bem em ver o trabalho concluído, bonito, as peças instaladas
nas igrejas, e com aprovação de quem encomendou", pontua Antônio Lopes.
"Exige mais tempo e trabalho, pois usamos madeira fornida e peças nobres
para o acabamento", explica.
Um dos últimos trabalhos entregues pelo marceneiro foi o altar mor
instalado na Igreja Matriz de Senhora Sant'Ana. O desenho foi feito pelo
padre Carlos Roberto Alencar, pároco e integra o conjunto de peças em
celebração aos 300 anos da chegada da imagem da padroeira de Iguatu.
"Em breve, vamos colocar um pórtico, que já está sendo fabricado", frisa o sacerdote.
O preço das peças varia de acordo com o modelo, tamanho e detalhes. O
púlpito, por exemplo, tem orçamento entre R$ 500 e R$ 2.200. Um altar do
Santíssimo custa em torno de R$ 3 mil e R$ 12 mil, mas já houve
encomenda de até R$ 20 mil.
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O nicho oscila entre R$ 600 e R$ 8 mil. Um altar mor é a peça mais cara e
varia de R$ 6 mil a R$ 22 mil. Os móveis são envernizados à base de
resina, que assegura boa qualidade, durabilidade e permite a fácil
limpeza. Em média, por mês, fabrica 15 peças e gera dez empregos
diretos.
Diário do Nordeste