O presidente Michel Temer garantiu hoje (16) que fará uma “transição
tranquila”, independentemente de quem seja eleito presidente da
República nestas eleições, durante palestra na Associação Comercial do
Paraná. Segundo ele, a fim de facilitar a transição, está sendo
preparado um livro contendo os feitos do atual governo, bem como medidas
que deverão ser implementadas pelo futuro governo.
“Me dão a tribuna em um momento de quase transição, porque a partir do
dia 28 [de outubro] vamos entrar numa transição governamental, que
pretendo fazer com a maior tranquilidade.
Teremos pouco mais de dois meses. Já estamos nos organizando com o livro
da transição para o que foi feito e o que resta a fazer”, disse o
presidente.
Temer lamentou o fato de não ter recebido do governo anterior ajuda
similar à que pretende dar ao governo que será eleito no pleito do dia
28. “Quando cheguei [à Presidência, após o impeachment de Dilma
Rousseff], não havia ninguém e, nos computadores, não havia dado nenhum.
Tudo foi retirado. Tivemos de começar do zero”, disse o presidente.
“Não tivemos transição de espécie alguma, o que institucionalmente é
incorreto, porque as pessoas não têm de se pautar pelas emoções
momentâneas, mas pelos critérios da Constituição Federal. Por isso que
digo, faremos uma transição muito tranquila àquele que for eleito no dia
28 de outubro”, completou.
De acordo com o presidente, as eleições servem não apenas para definir
quem será o mandatário do país, mas para eleger também quem será a
oposição. O problema, acrescentou, é que no Brasil o conceito de
oposição não é jurídico, e sim político, o que, segundo ele, dificulta a
unidade do país em torno da proposta vencedora.
“Nosso conceito de oposição não é jurídico. É político. A ideia de quem
perde a eleição é a de derrotar o governo eleito. É uma concepção
equivocada. Nas campanhas eleitorais se tem dois instantes, o momento
político eleitoral, em que há teses controvertidas, contestações,
debates. Depois, quando passam as eleições, se entra em outro momento,
que é politico-administrativo, em que todos os brasileiros devem
voltar-se para o bem do país”, argumentou ao defender uma “melhora da
cultura política”.
(Agência Brasil)