O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), candidato derrotado à Presidência da
República no primeiro turno, disse neste domingo, ao votar, em
Fortaleza, que fará oposição a qualquer um dos eleitos neste segundo
turno. Em entrevista, ele reforçou que não pretende mais fazer campanha
para o Partido dos Trabalhadores (PT). Para ele, a complexidade do
cenário nacional ficou de fora do debate eleitoral "marcado pelo
radicalismo estreito".
"Minha posição é a mesma de antes. Se que quisesse aderir a alguma das
duas forças eu teria feito antes. O Brasil precisa desesperadamente
desarmar essa bomba da confrontação miúda que vem destruíndo a economia
brasileira", afirmou.
"Faz quatro anos que o Brasil não para pra trabalhar, com a oposição
rasteira e destrutiva. Mais de 13 milhões de desempregados, o
empresariado colapsado com endividamento altíssimo, mais de 63 mil
homicídios ao ano e o debate nacional marcado pelo radicalismo estreito e
intolerante. Isso não é bom conselheiro para o futuro do País",
completou o pedetista.
Cenário local
Apesar da defesa do afastamento em âmbito nacional, Ciro deixou claro
que no Ceará, a relação do PDT com o governador Camilo Santana e o PT
não muda. "Tenho orgulho de ver o Camilo crescendo, o governador mais
votado do País. Junto com o Cid, também mais votado. Todos estão na
política para fazer serviço público. Ninguém pode querer ser raiz na
política não. O caudilhismo só leva o País para trás, como estamos vendo
agora", disse. Questionado se seria um recado para Lula, ele reagiu: "é
recado para quem quiser ouvir".
G1