Um veterinário na "Arca de Noé". É assim que o deputado federal, homem
forte do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), e futuro ministro da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), pode ser definido no grupo que
ocupará o Palácio do Planalto a partir de 1º de janeiro de 2019.
Em maio deste ano, ainda durante a pré-campanha, o presidente em
exercício do PSL, Gustavo Bebianno, definiu a estrutura que cercava
Bolsonaro como "enxuta". "Profissionais construíram o Titanic, e
amadores construíram a Arca de Noé. Nós somos mais para a Arca de Noé",
resumiu.
Veterinário por formação, Onyx já recorreu ao seu conhecimento médico
para convencer o "cavalão", como Bolsonaro é conhecido pelos mais
próximos, a tomar remédios durante uma crise de sinusite na campanha.
Ambos se conheceram em 2003, na época das discussões sobre o Estatuto do
Desarmamento, que se tornaria lei no final daquele ano. Eles faziam
parte do primeiro grupo de cerca de dez deputados que enfrentou a ala
desarmamentista na Câmara. Bolsonaro ficou responsável por coordenar o
grupo no Sudeste. Onyx, no Sul. Eles não obtiveram o sucesso que
queriam, mas mal sabiam que ali era o início de uma amizade que, no
futuro, renderia a Presidência da República.
Mais tarde, em 2007, Onyx virou líder da bancada do PFL na Casa e teve o
apoio de Bolsonaro em articulações políticas, por conta das várias
bandeiras em comum. "Sempre estivemos no mesmo lado", diz o "gaúchão",
como é apelidado pelo capitão reformado do Exército.
UOL