O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (7) que
não haverá o Ministério do Trabalho em seu governo. A ideia é que as
competências da pasta sejam realizadas por "outro ministério", afirmou
durante entrevista coletiva. Contudo, ele não informou mais detalhes de
como se dará a extinção do órgão.
"O Ministério do Trabalho vai ser incorporado a algum ministério", disse
ao deixar o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acompanhado do juiz
Sérgio Moro, confirmado como futuro ministro da Justiça.
Mais cedo, Bolsonaro revelou que o número de pastas de seu governo
poderá chegar a 18, com a necessidade de a Controladoria Geral da União
(CGU) ter de manter status de Ministério. Segundo Bolsonaro, essa
modificação, por exemplo, "não é pela governabilidade, é para que
possamos apresentar resultado".
A ideia inicial era de que o número de ministérios fosse enxugado para 15. Os números foram ampliados para 17 e, agora, para 18.
O presidente eleito voltou a comentar que um parlamentar de um pequeno
partido o procurou tentando discutir formas de fazer negociação política
com cargos. "O elemento que foi me procurar devia estar hibernando
durante a minha campanha eleitoral e não ouviu nada do que falei. Ele
acordou e achou que estava vivendo antigamente. Eu falei que não vamos
negociar. Falei de uma maneira firme mas educada", declarou,
acrescentando que o parlamentar "entendeu" e "saiu mais amigo do que
entrou".
Em seguida, lembrou que está montando um ministério "bastante técnico" e
que os nomes prosseguirão sendo escolhidos dentro desse critério, sem
indicações políticas. Ele não quis adiantar novos nomes de ministros e
comentou que não tem nome ainda para a CGU. "Nós queremos que o juiz
Sérgio Moro tenha todos os meios para cumprir 100% da missão de combater
a corrupção e o crime organizado", disse Bolsonaro, ao lembrar que isso
poderia não incluir a CGU na Justiça. "Estamos estudando isso. Está
adiantado. Tudo é importante no governo. Esse país é continental",
observou.
Ele acrescentou ser importante que o Coaf fique na Justiça. "Um braço do
Coaf tem de estar no MJ, para que se tenham em tempo real as
informações porque, sem seguir o dinheiro, não temos como combater o
crime organizado", declarou.
Ao falar da possibilidade de aumentar para 18 ministérios, Bolsonaro
insistiu que "o que nós temos de ter é ministérios funcionando sem
interferência política". Ele voltou a citar a questão dos Ministérios do
Meio Ambiente e Agricultura, que poderão permanecer separados, mas não
quis avançar no tema nem citar nomes. "O que não pode é ter briga entre
eles. Isso não pode continuar acontecendo. Queremos preservar meio
ambiente, mas não pode ter atrito", resumiu.
Sobre o aceno feito pelo MDB ao novo governo, Jair Bolsonaro disse que
"lógico, é bem vindo". Mas se negou a comentar sobre sucessão no Senado,
se o PSL daria apoio ao nome de Renan Calheiros (MDB-AL). "O presidente
não interfere nas eleições da Câmara e do Senado", desconversou.
Bolsonaro confirmou que se encontrará nesta quarta-feira com o futuro
ministro, Sérgio Moro, e também com o governador eleito de São Paulo,
João Dória, mas não disse hora e nem local.
Agência Estado