O consumo de eletricidade do Sistema Interligado Nacional (SIN)
registrou crescimento de 0,3% em setembro deste ano na relação com
setembro de 2017, totalizando 39.080 gigawatts/hora (Gwh). Os dados
integram a Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrico divulgada hoje
(31), no Rio de Janeiro, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Eles indicam que a alta foi puxada pelo setor industrial, onde o consumo
avançou 1,2% em setembro, uma vez que a demanda das classes comercial e
residencial fechou em queda de -1,2% e -0,8%.
Regionalmente, o maior uso de energia foi puxado em setembro pelo
Nordeste, com expansão de 2,9% e pelo Sudeste: 1,5%. Nas demais regiões
houve retração. A maior queda na demanda por energia ocorreu na Região
Norte (10%), seguida do Centro-Oeste (2%) e Região Sul (0,3%).
Os dados da EPE, responsável pelo planejamento energético do país,
indicam, ainda, que o mercado cativo das distribuidoras teve retração de
2,1% em setembro e de -1,6% no acumulado dos últimos 12 meses. Já o
consumo livre aumentou 5,2% no mês e 8,6% em 12 meses.
Consumo Industrial
O avanço de 1,2% no consumo industrial em setembro, comparativamente a
setembro de 2017, o equivalente a uma demanda de 14.419 Gwh, reflete o
aumento no consumo em 6 dos 10 ramos da indústria que mais usaram
eletricidade: extrativo de minerais metálicos, com crescimento de 12,1%;
químico (9,5%); e automotivo (3,8%).
Entre as regiões, destaque para o Sudeste com expansão de 4,2%. Já a
classe comercial anotou queda de 1,2%, reflexo das temperaturas mais
amenas em quatro regiões do país. Segundo a EPE, as condições climáticas
beneficiaram apenas o Nordeste, onde o crescimento do consumo foi de
3%.
Já na classe residencial, o consumo mais baixo no mês, -0,8%, foi
impactado pelo clima ameno, com o crescimento de 2% no Nordeste e de
1,5% no Sul compensando em parte a queda no consumo no restante do país.
O consumo mensal das residências atingiu 11.007 GWh. O crescimento do
consumo residencial no Nordeste e no Sul, no entanto, não foi bastante
para contrabalançar o recuo nas outras regiões, cujas quedas mais
acentuadas foram nas regiões Norte (-7,0%) e Centro-Oeste (-5,7%) por
influência do clima.
A avaliação da EPE é que, “do ponto de vista econômico, apesar dos bons
resultados da contratação formal nos últimos meses, a perspectiva de que
a lenta recuperação que se observa no mercado de trabalho,
caracterizada pela estagnação da massa de rendimentos, persista nos
próximos meses parece e justifica a cautela das famílias ao consumir”.
Segundo o órgão, “esse aspecto tem tido um peso importante, não obstante
o crédito e o orçamento doméstico estarem em condições melhores do que
no ano passado, o que também influência a decisão de consumo.”
(Agência Brasil)