A Polícia Civil considera esclarecida a morte de um travesti cujo corpo,
com marcas de violência, foi encontrado na manhã do último domingo
(18),na zona Sul de Fortaleza. O crime foi praticado pelo namorado da
vítima, que já está preso. Em depoimento no Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP), o assassino confessou que estava drogado no
momento em que discutiu com a vítima e passou a esfaqueá-la. Em seguida,
fechou a casa onde os dois moravam e fugiu.
O travesti e cabeleireiro Flávio de Oliveira, 35 anos, conhecido por
“Flávia”, foi encontrado morto em sua residência na Rua Oscar Romero, no
bairro Planalto Ayrton Senna. A Polícia isolou o local do crime e a
Perícia Forense (Pefoce) constatou que a vítima já estava morta há, pelo
menos, três dias. O forte mau cheiro que exalava da residência fez os
vizinhos desconfiarem de que algo de errado havia acontecido. Flávio foi
assassinado com vários golpes de faca e teve alguns pertences roubados.
Na tarde de segunda-feira (19), logo após o feriadão da Proclamação da
República, Francisco das Chagas decidiu se apresentar à Polícia e
confessar o crime. Compareceu ao 8º DP (José Walter), de onde foi
transferido para a sede do DHPP. Revelou na Polícia que namorava o
cabeleireiro há cerca de dois meses e que passaram a viver juntos na
casa no Planalto Ayrton Senna, onde também funcionava o salão de beleza
da vítima.
Drogado e bêbado
Segundo ele, na última quinta-feira (feriado), os dois discutiram por
ciúmes. Ele diz que “Flávia” ficou irritada ao descobrir que ele estava
conversando através de um aplicativo no celular com uma garota. A
discussão acabou em uma luta corporal, durante a qual Francisco teria se
apoderado de uma faca que estava nas mãos de Flávia e desferiu vários
golpes em “Flávia”. “Não sei quantas facadas dei, estava drogado”,
insistiu. O assassino revelou ter ingerido bebidas e cocaína.
O DHPP descobriu, no entanto, que antes de fugir da casa, o assassino
roubou o cartão bancário do travesti e no dia seguinte fez dois saques.
A Polícia informou que trata o caso como um crime passional e, não, um
caso de homofobia.
G1