A intenção do presidente eleito Jair Bolsonaro de mudar a embaixada do Brasil em
Israel de Tel-Aviv para Jerusalém gerou críticas entre parlamentares de
partidos ligados ao novo governo. Pelas redes sociais, políticos
disseram que a medida pode trazer efeitos econômicos negativos para o
País e fazer com que o Brasil se torne alvo de terrorismo. A mudança,
por outro lado, foi apoiada por defensores de Bolsonaro, como o senador
Magno Malta (PR-ES).
O deputado Felipe Maia (DEM-RN) reagiu à polêmica. "O Brasil está
mexendo com uma bomba armada, além do que, o Brasil é signatário de um
acordo na ONU que estabelece que a capital de Israel é Tel Aviv. Estamos
chovendo no molhado", escreveu o deputado em sua conta no Twitter, em
resposta ao senador Ciro Nogueira (PP-PI).
"Considero grave erro da diplomacia brasileira a opção por lado na
disputa árabe-israelense. Temos histórico de boas relações multilaterais
e dar prioridade a um país em detrimento de outros pode trazer
prejuízos econômicos, além de risco de o Brasil virar foco do
terrorismo", declarou Nogueira na mesma rede social, no sábado (29).
A proposta de Bolsonaro também foi criticada pela deputada estadual
eleita Janaina Paschoal (PSL-SP), integrante do partido do presidente
eleito e a mais votada em São Paulo. "Já tive oportunidade de dizer que
transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém é
juridicamente justificável, na medida em que Israel é um Estado
soberano. Porém, por razões diversas, fico feliz que o presidente eleito
esteja repensando a ideia. Respeitosamente", disse Janaina, em
referência a uma declaração feita pelo presidente eleito no início do
mês, quando afirmou que sua equipe estava conversando sobre como tomar a
melhor decisão.
Em contrapartida às ponderações, o senador Magno Malta divulgou uma
série de publicações apoiando a intenção de Bolsonaro. Evangélico, Malta
declarou que reconhecer Jerusalém como capital de Israel faz "justiça"
ao país e é o cumprimento de uma profecia. Em um dos vídeos publicados
pelo parlamentar, Malta aparece ao lado de Bolsonaro em junho deste ano
afirmando que a mudança seria efetivada por Bolsonaro se ele fosse
eleito. Na sexta-feira (28), nos pronunciamentos públicos após encontro
com Netanyahu, Bolsonaro não tocou no tema da embaixada.
Diário do Nordeste