Influenciada pela queda nos preços dos combustíveis, o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – prévia da inflação oficial
do país – fechou o mês de dezembro com deflação de 0,16%. É o menor
resultado mensal desde julho do ano passado e o menor resultado para
dezembro desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Os dados foram divulgados hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, a taxa ficou 0,35 ponto
percentual menor em relação à variação de preços de novembro, quando o
IPCA-15 fechou com alta de 0,19%.
O IPCA-15 serve de parâmetro para o Índice de Preços ao Consumidor
(IPCA), que baliza a meta de inflação definida pelo governo para o ano.
Com o resultado de dezembro, a taxa acumulada no ano alta de 3,86%,
abaixo do centro da meta anual estabelecida pelo Banco Central, de 4,50%
e também dos 4,39% registrados no fechamento do ano passado.
Com a queda de 0,16% do IPCA-15, em dezembro, o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Especial (IPCA-E), que é o IPCA-15 acumulado no
ano, fechou o último mês do ano com alta acumulada de 3,86%, abaixo dos
4,39% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em dezembro de
2017, a taxa foi de 0,35%.
Transportes
Puxado pela retração nos preços dos combustíveis, o grupo transportes
apresentou a maior queda ao fechar dezembro com deflação de 0,93%. O
impacto do grupo para a deflação registrada em dezembro chegou a -0,18
ponto percentual, principalmente por causa da redução de 5,47% nos
preços da gasolina – combustível foi o responsável pelo maior impacto
individual no índice do mês, com -0,26 ponto percentual.
Entre as áreas pesquisadas, Salvador apresentou a maior queda nesse
item: 8,90%. Além da gasolina, o etanol teve queda de 3,0% e o óleo
diesel, de -1,93%.
Já no grupo habitação, a queda de 0,52% se deveu, principalmente, à
passagem da bandeira tarifária amarela para a verde na conta de energia
elétrica.
O grupo de alimentação e bebidas, que tem o maior peso no índice, no
entanto, manteve-se em alta, mesmo tendo desacelerado de 0,53% para
0,35% de novembro para em dezembro. “Isso aconteceu, principalmente,
porque a alimentação no domicílio, que tinha registrado alta de 0,85% em
novembro, desacelerou para 0,22% em dezembro”, informou o IBGE.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro apresentaram
deflação de novembro para dezembro: transportes (-0,93%), saúde e
cuidados pessoais (-0,58%), habitação (-0,52%) e comunicação (-0,07%).
No lado das altas, o destaque ficou com o grupo alimentação e bebidas
(0,35%), que apresentou o maior impacto positivo no índice do mês, com
0,08 ponto percentual. Os demais grupos variaram entre o 0,02% de
educação e o 0,44% de artigos de residência.
Regiões metropolitanas
As informações divulgadas pelo IBGE indicam que entre as regiões
pesquisadas só a metropolitana de Belém fechou o mês de dezembro em
alta: 0,27%, puxada pelos preços das passagens aéreas, que chegaram a
subir 31,12%, tomate (27,06%) e açaí (12,86%).
Já a maior queda (0,30%) foi registrada em Brasília, devido à redução de
8,75% dos preços da gasolina e dos itens de higiene pessoal (-5,08%).
Em São Paulo, a taxa ficou em -0,21%, no Rio de Janeiro em -0,11% e em
Belo Horizonte -0,25%.
Metodologia
O IPCA-15 tem a mesma metodologia usada para o IPCA, a inflação oficial
do país, mas com período de coleta e abrangência geográfica diferentes.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços são coletados da última metade do
mês anterior à primeira do mês de referência.
O indicador refere-se às mesmas famílias com rendimento de 1 a 40
salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro,
Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza,
Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
(Agência Brasil)