João de Deus e a mulher são indiciados pela Polícia Civil por posse ilegal de armas


O médium João de Deus, de 77 anos, e a mulher dele, Ana Keyla Teixeira, de 40, foram indiciados pela Polícia Civil por posse ilegal de armas. A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira (10), durante coletiva concedida pela delegada Karla Fernandes, em Goiânia. Ela também anunciou o fim da força-tarefa da corporação criada para investigar as denúncias contra o religioso. 

O G1 entrou em contato com os advogados de João de Deus e Ana Keyla às 11h15 desta quinta-feira, por mensagem, e aguarda retorno. 

Veja um resumo sobre a situação de João de Deus:
  1. Ação na Justiça: João de Deus já virou réu após denúncia do Ministério Público por violação sexual e estupro de vulnerável (o processo cita 4 vítimas);
  2. Investigação: a Polícia Civil indiciou o médium por apenas um caso de violação sexual mediante fraude. O caso é mesmo já incluído na denúncia do MP. Agora, ele foi indiciado outra vez pelo mesmo crime;
  3. Investigação: a polícia também indiciou João de Deus por posse ilegal de armas. O MP deve analisar o caso e decidir se apresenta denúncia à Justiça.
Agora, os inquéritos são enviados para o Poder Judiciário, que encaminha para análise do Ministério Público. O MP pode oferecer a denúncia, pedir o arquivamento ou solicitar novas diligências policiais. Se houver denúncia, a Justiça pode aceitá-la ou não. Aceitando, o denunciado vira réu e será condenado ou absolvido pela Justiça. 

O médium foi preso após as denúncias de abusos sexuais durante os atendimentos espirituais que realizava. Ele está detido no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. João de Deus sempre negou os crimes. 

"A força-tarefa da Polícia Civil encerrou todos os seus procedimentos porque já foram indicados em dois [casos] por posse ilegal de arma tanto o João de Deus, como a esposa dele, Ana Keyla, uma vez que ambos moram nas mesmas residências, tanto de Abadiânia, como Anápolis. Nas duas cidades houve apreensão de armas de fogo", afirmou a delegada. 

Sobre as armas, um dos advogados de João de Deus, Alex Neder, disse que o médium relatou em depoimento à polícia, na cadeia, que as armas eram de pessoas que queriam se matar ou como “garantia” de empréstimos. 

De acordo com a delegada, a força-tarefa deve ser finalizada nesta semana. Só ficará em aberto a investigação de lavagem de dinheiro, devido aos mais de R$ 1,6 milhão encontrado em imóveis do médium, e da origem das pedras preciosas também apreendidas. 

Os delegados da Delegacia Estadual de Investigações Criminais devem concluir esses procedimentos após a conclusão de laudos periciais.



(G1)

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