Os católicos representam mais de
60% da população brasileira, conforme dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Diante de tão expressivos números, muitos
municípios cearenses trabalham com cuidado para a manutenção de seus monumentos
religiosos, responsáveis por atraírem o público desse segmento. Canindé e
Quixadá, no Sertão Central do Ceará, são exemplos. As prefeituras se esforçam
para aprimorarem esses equipamentos e com eles fortalecer a economia local.
Em Canindé, terra de São
Francisco das Chagas, a administração municipal se empenhou para assegurar
investimentos públicos de R$ 880 mil que será destinado à realização da
primeira etapa de urbanização do entorno da estátua, a maior do Ceará, por onde
circulam anualmente mais de 1,5 milhão de romeiros, conforme dados da
Prefeitura. "Quem é bem recebido sempre volta, por isso a importância de
ter uma boa estrutura receptiva", ressalta a prefeita Rozário Ximenes.
Melhorias
Dentro de 60 dias, os visitantes
poderão contar com estacionamento, rampa para cadeirantes e "até apreciar
o monumento religioso à noite com mais segurança", detalhou Ximenes. No
pátio foram instaladas luminárias com mais de 400 waats de potência cada. Os mais
de 50 quiosques com vendas de lembranças religiosas poderão funcionar também
quando o sol se pôr. "Serão instaladas 64 novas lâmpadas ao lado do
estacionamento", acrescentou o engenheiro responsável pela obra, George
Costa.
Comerciantes, ambulantes e
fotógrafos de turistas veem as melhorias com otimismo. "Os romeiros estão
se tornando cada vez mais exigentes, por esse motivo é preciso estar bem
estruturado, como ocorre em outros lugares de peregrinação religiosa",
pontuou George.
Marco natural
Nessa mesma perspectiva, o
secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Quixadá, Pedro Baquit,
está elaborando um plano de revitalização da Pedra do Cruzeiro. O marco
natural, localizado no Centro da cidade, recebeu esse título após a construção
de uma cruz no seu cume, com vista privilegiada para toda a cidade. Abandonado
há décadas, a ideia é discutir qual destino dar à peça religiosa e ao mesmo
tempo fortalecer essa marca. "A estrutura tem potencial econômico, mas é
preciso torná-la atrativa", reconhece Pedro Baquit.
O primeiro passo foi dado. A
Prefeitura lançou uma enquete nas redes sociais para a população decidir o
destino do artefato de concreto construído em 1934. Uma das propostas é erguer
outro símbolo, na mesma forma do atual, e nele concentrar todas as antenas ali
instaladas.
Acesso
Além do acesso convencional, um
elevador panorâmico poderá facilitar a subida, como ocorre com o do Lacerda, em
Salvador, na Bahia. Sobre recursos financeiros para viabilizar as obras, Baquit
inicia dizendo "que o espaço pertence ao Município, e não à Diocese, como
muitos imaginavam". Dessa forma, foi aberto o caminho para negociar a
utilização do monólito com as empresas proprietárias das antenas ali
instaladas. Elas poderão custear as obras e serviços, como de segurança e de
limpeza. Emendas parlamentares complementarão o projeto, finaliza o gestor
municipal.
Diário do Nordeste