O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, sobrevoou nesta quinta-feira (7) áreas atingidas pela chuva
, que deixou seis mortos na capital, e criticou a falta de fiscalização
dos municípios fluminenses em relação à ocupação irregular de terrenos. O
governador classificou a situação de abandono e afirmou que o problema
se arrasta há décadas.
"O que pude constatar de Guaratiba até o início da
[Avenida] Niemeyer é que toda a encosta tem uma ocupação desordenada.
Isso é fruto de abandono da organização urbanística da cidade", disse
Witzel
. "O resultado, infelizmente, são essas tragédias a que estamos assistindo".
Segundo o governador, a Defesa Civil estadual
contabiliza 80 mil famílias vivendo em áreas de risco no Rio de Janeiro.
"É preciso que os prefeitos façam o seu dever de casa. Eles têm que
fiscalizar, notificar, retirar essas pessoas e planejar novas áreas de
expansão imobiliária."
O governador antecipou que esse planejamento será
tratado na Câmara Metropolitana do Rio de Janeiro, fórum que vai reunir
prefeitos de 22 municípios e representantes do governo do estado. Ainda
neste mês, começarão a ser divulgadas as datas das reuniões.
Ele disse ainda que será apresentado em breve o
projeto do programa Comunidade Cidade para as favelas do Vidigal e da
Rocinha, áreas duramente atingidas pelo temporal desta quarta-feira (6).
"A Cedae [Agência Reguladora de Energia e Saneamento
Básico do Estado do Rio de Janeiro] vai alocar R$ 500 milhões em
recursos para que possamos abrir ruas com saneamento básico
naquela região, fazer a remoção das áreas mais criticas e contar com a
colaboração da própria comunidade para construir essas edificações ao
longo da Rocinha", informou o governador.
O secretário de Defesa Civil
do estado, Roberto Robadey, pediu que a população fique atenta aos
alertas emitidos pelo órgão. Robadey pediu que os moradores do estado
enviem uma mensagem SMS com seu CEP para o número 40199. A partir desse
cadastro, eles serão alertados sobre situações de risco nos arredores.
"Enquanto não conseguimos remover todas essas
famílias [em áreas de risco], o que não vai acontecer da noite para o
dia, é preciso que elas acompanhem os alertas de Defesa Civil e busquem
um lugar seguro que as prefeituras oferecem, ou mesmo a casa de parentes
ou amigos, até que a situação de risco passe", acrescentou o secretário
de Wilson Witzel
.
*Com Agência Brasil