Um acidente na BR-251, envolvendo um ônibus escolar e um carro de
passeio com placa de Unaí (MG), matou duas pessoas e deixou 16
adolescentes feridos, de um total de 41 que estavam no coletivo. A
colisão aconteceu por volta das 7h desta terça-feira (12/3), antes do
trevo da Coopa-DF, na área rural do Paranoá.
As duas pessoas que
morreram são Carla Machado, 40 anos, e Rosimeire Rodrigues da Silva, 32.
Elas estavam em um Corolla branco. De acordo com o Corpo de Bombeiros,
os estudantes foram levados para o Hospital de Base e para hospitais da
Asa Norte, do Paranoá e de Sobradinho. Cada unidade de saúde recebeu
quatro vítimas.
O motorista do ônibus foi avaliado e não
necessitou de transporte. Ele fez o teste do bafômetro e o resultado foi
negativo, portanto, ele não estava alcoolizado.
Em nota, a
Secretaria de Saúde lamentou a morte das duas mulheres. A pasta ainda
informou que Carla e Rosimeire eram profissionais da secretaria. Ambas
eram técnicas de higiene bucal.
A Secretaria de Educação também
se posicionou sobre o assunto. O texto divulgado pela pasta ressalta que
os estudantes estão bem e que 13 sofreram escoriações leves.
Escola do Paranoá
O
ônibus levava estudantes do Centro Educacional PAD-DF, que fica na
região do Paranoá. Integrantes da direção da escola foram para o local
da colisão, enquanto outra equipe se encarregou de avisar aos pais dos
alunos acidentados.
"Eu os vi machucados, com cortes no rosto,
boca e queixo. Inicialmente, tentei conversar com eles, mas os bombeiros
pediram para gente se afastar", contou a vice-diretora do PAD-DF, Uilda
da Silva. Ela relatou que os alunos estavam deitados quando chegou ao
local do desastre.
Ela disse ainda que conversou com os estudantes
que não estavam machucados e ligou para as famílias. No entanto, o
serviço de telefonia disponível na área rural dificultou o contato. "Há
falta de sinal, então ainda não conseguimos falar com todos os
familiares", lamentou.
Adriana Neres dos Santos, tia de um dos
alunos feridos, Luís Fernando Brito, 17, só chegou ao local depois de o
adolescente ser encaminhado ao hospital. "A mãe dele está internada, e
eu que cuido dele. Vim desesperada e ainda não consegui informações
sobre ele. Vou bater em todos os hospitais. Fiquei sabendo que ele está
com um corte no queixo, mas nada confirmado", disse, preocupada.
Parentes de Rosimeire, morta no acidente, também foram até o lugar. No entanto, abalados, não conseguiram conversar.
Cena de horror
A
dona de casa Maria Helena da Silva, 48 anos, estava em uma ambulância
que transportava a mãe dela para o Instituto Hospital de Base quando
passou pelo acidente. Assim que percebeu a situação, o motorista da
ambulância encostou para prestar socorro. "Quando paramos, veio um monte
de gente ferida achando que já era o transporte para levá-los ao
hospital. Tinha muitos ensanguentados", contou a mulher, moradora de Dom
Bosco (MG).
Segundo ela, a cena do acidente dava medo. "Trouxemos
uma vítima de 16 anos. O menino estava com o nariz quebrado, o rosto
tinha muito sangue. Como ele estava desmaiado, o motorista da ambulância
deu prioridade. Depois que acordou, ele contou que estava com muita dor
na cabeça, no pescoço e nas costas. Minha mãe tinha umas fraldas de
pano na bolsa e usamos para estancar um pouco o sangue".
Maria
Helena conta que ligou para a mãe do garoto para avisar sobre o
acidente. "A mãe dele ficou em choque, passamos o endereço do hospital."
Pista interditada
A colisão frontal destruiu a frente dos dois veículos. A pista onde ocorreu o acidente não é duplicada e teve de ser completamente bloqueada.
Equipes do Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária Federal (PRF)
prestaram socorro. Um helicóptero foi usado para o resgate das vítimas.
O
representante da empresa de ônibus, Geraldo Pereira, acredita que o
acidente foi uma fatalidade. "Em 10 anos de atuação, já vivemos
situações perigosas. É uma rodovia de mão dupla. Infelizmente o
motorista não teve como desviar", disse. Segundo Geraldo, o condutor do
ônibus relatou que a condutora do carro de passeio tentava uma
ultrapassagem, quando bateu de frente com o ônibus, que vinha no sentido
oposto.
Correio Brasiliense