O Município de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF),
não será mais uma das cinco cidades escolhidas para implantação do Plano
Nacional de Enfrentamento aos Crimes Violentos por falta de apoio do
governador Camilo Santana (PT). A afirmação foi feita pelo secretário
Nacional de Segurança Pública, General Guilherme Theophilo, na manhã
deste sábado (30), durante o I Congresso Estadual do Movimento Brasil
Livre (MBL), no Ceará.
De acordo com Theophilo, a intenção de trazer o programa para o
Município cearense não avançou “por falta de apoio do governador do
Estado”. Questionado sobre qual seria a parte que caberia ao Governo
Estadual, o secretário destacou que o plano só terá efetividade com um
trabalho nas três esferas - municipal, estadual e nacional.
“Se o Estado, que é o meio de campo, não funcionar, não tenho como fazer
o projeto aqui. Eu mudei para Pernambuco, porque o governador se abriu.
Piauí já pediu, vários estados têm interesse. Mas no Ceará, a gente não
teve a receptividade que tivemos no restante do País”, alegou o
General.
O Plano Nacional de Enfrentamento aos Crimes Violentos é um projeto
piloto que escolheu cinco municípios em todo o Brasil para implantar
políticas públicas de segurança pública. No Nordeste, Maracanaú foi a
primeira opção. A proposta será apresentada, oficialmente, na próxima
quinta-feira (4), ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).
No lugar de Maracanaú, o Município escolhido na região Nordeste foi
Paulista, em Pernambuco. As atividades concretas do Plano terão início
no mês de junho.
“Não é um projeto só do Ministério da Justiça e Segurança Pública, é um
projeto interministerial, que vai unir sete ministérios trabalhando um
investimento de R$ 200 milhões no início. Tem data para começar, mas não
tem data para terminar, porque precisa ser efetivo”, destacou
Theophilo.
Apesar de Maracanaú ter ficado de fora do projeto piloto, o secretário
afirmou, durante palestra, que haverá um projeto específico para o
Estado. No entanto, não disse que projeto seria esse. “Se o meio de
campo não vai fornecer a bola para a gente fazer o gol, não tem como
funcionar. Mas eu vou olhar pelo Ceará, e vamos ter um projeto
específico. Mas a nível nacional, não posso”.
O Diário do Nordeste entrou em contato com a Secretaria de Segurança
Pública e Defesa Social (SSPDS) para ouvir o Governo do Estado sobre as
declarações do secretário nacional de Segurança Pública. A Pasta não se
pronunciou até a publicação desta matéria, mas o texto será atualizado
quando a gestão estadual se manifestar sobre o assunto.
Sobre a Segurança do Ceará, o secretário nacional ressaltou que, durante
os dois meses em que a Força Nacional esteve no Estado, os índices de
violência declinaram em até 50%. No entanto, ele reclamou que não houve
reconhecimento sobre o trabalho do Governo Federal.
“As benesses são colocadas no Estado. Enviei 500 homens da Força
Nacional, 100 viaturas, helicóptero. Transferi os líderes criminosos,
gastei mais de R$ 5 milhões com munição e armamento para policiais do
Estado e isso não foi falado. Tudo isso foi feito sem revanchismo”.
Ainda segundo Theophilo, diferentemente do que políticos locais disseram
ao longo de 2018, pelo menos R$ 1,8 milhão foram repassados do Governo
Temer para a Segurança Pública estadual, sendo que somente R$ 68 mil
teriam sido aplicados pelo Governo do Estado.
Diário do Nordeste