Preso por agentes da Delegacia de
Homicídios (DH) que encontraram 114 fuzis incompletos no apartamento onde
morava, no Méier, na Zona Norte, Alexandre Motta de Souza, amigo há 20 anos do
sargento reformado da PM Ronnie Lessa, que seria dono do armamento e apontado
como autor da morte de Marielle Franco, tinha acesso a conta e a senha bancária
do militar.
Ronnie Lessa sendo levado da DH
para audiência de Custódia. Foto Pablo Jacob / Agencia O Globo Foto: Pablo
Jacob / Agência O Globo
|
A informação consta no despacho
da juíza Amanda Azevedo Ribeiro Alves, responsável pela audiência de custódia
que converteu a prisão em flagrante de Ronnie e Alexandre em prisões
preventivas.
Na foto, Ronnie Lessa deixa a
sede da DH, na Barra. Foto Pablo Jacob / Agencia O Globo Foto: Pablo Jacob /
Agência O Globo
|
Por conta do amamento apreendido
os dois respondem por crimes de tráfico de armas e lavagem de dinheiro. No
mesmo despacho, consta trecho de depoimento de Alexandre, prestado na DH, onde
narra ter emprestado seu nome para que Ronnie comprasse, no fim de 2018, uma
lancha e uma vaga na Marina do Condomínio Porto Galo, na Costa Verde do Rio.
No depoimento, ele alegou ainda
que costumava realizar serviços bancários para o sargento, entre outros
afazeres, por amizade ou em troca de alguma ajuda, de acordo com o despacho.
Alexandre também informou que
desde 2014 não exercia atividade remunerada e alegou que desconhecia o teor das
caixas onde os fuzis incompletos estavam guardados.
Segundo o depoimento, Lessa
esteve, em dezembro último, na casa de Alexandre dizendo que precisava guardar
as caixas, porque havia terminado uma sociedade de venda de produtos pela
internet. Ele teria estranhado incialmente o fato, mas concorcou em atender o
pedido do amigo e guardou as caixas em um quarto e num armário.
Além dos 117 fuzis incompletos (
não tinham cano de direcionamento de tiro, parte do carregador e o mecanismo de
disparo), a polícia apreendeu no apartamento de Alexandre, uma arma calibre 22,
360 balas de fuzil e acessórios como mira e supressores de ruído .
O despacho que converte as pisões
em flagrante em preventivas também cita trechos do depoimento prestado por
Ronnie Lessa na DH. O militar assume que é dono do material apreendido e que
seu amigo de infância não sabia do teor das caixas.
Ronnie Lessa também já está preso
preventivamente por conta da morte de Marielle Franco. As armas foram
apreendidas quando agentes da DH cumpriam mandado de busca e apreensão na casa
de Alexandre.
UOL