Após 80 dias sem visitas e a desativação de dezenas de cadeias públicas
no interior, com a transferência de centenas de detentos, os internos do
Sistema Penitenciário do Ceará voltarão a receber visitas de
familiares. Entretanto, as novas regras imposta pelo secretário da
Administração Penitenciária do estado, Luís Mauro Albuquerque, serão
rígidas e disciplinadoras. As visitas haviam sido suspensas diante da
onda de ataques e atentados provocados por facções criminosas em
janeiro.
A volta das visitas será feita por etapas e já começa neste próximo fim
de semana (dias 16 e 17). Entretanto, acontecerá em apenas uma das
unidades do Sistema, o Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira Dois
(IPPOO2), em Itaitinga. Ali, estão encarceradas dezenas de detentos
oriundos das cadeias desativadas no interior. A maioria aguarda
julgamento , portanto, são presos provisórios.
Regras rígidas
De acordo com a determinação do secretário, as visitas a cada preso
somente acontece de 15 em 15 dias. A entrada de familiares nos presídios
ficará restrita às mães, esposas e irmãs dos presidiários. Crianças e
adolescentes, filhos dos detentos, não poderão ingressar nas unidades
penais. Além disso, haverá um rodízio de visitas entre as galerias e
vivências. Cada uma delas recebe visitação à cada 15 dias e a presença
dos parentes acontece aos sábados e domingos por um período de apenas
cinco horas (das 8 às 13 horas).
E mais: as mães, irmãs e esposas dos detentos que quiserem visitá-los,
além do cadastro obrigatório, passarão por revista pessoal e terão que
estar vestidas com roupas discretas, sem tom sensual. No caso de saias e
vestidos, com comprimento abaixo do joelho.
As limitações atingem até mesmo a alimentação extra que a visita desejar
levar ao parente encarcerado. Cada interno só poderá recebe um litro
d’água, um litro de refrigerante sabor guaraná , quatro sanduíches em
pão bola ou carioca, cada um deles com uma fatia de queijo e presunto;
além de uma maçã. Já produtos de limpeza poderão ser entregues aos
presos até as sextas-feiras.
Fernando Ribeiro