Buscar soluções para os problemas que enfrenta e transformar com
novas ideias o meio em que vive são características bem próprias do
cearense. E quando elas se unem com o conhecimento científico, aí é que o
estado aparece marcado no mapa do Brasil como destaque em inovação.
É o que pode ser visto numa história de sucesso que vem lá de Bela
Cruz, município do Litoral Norte distante 245 km de Fortaleza. Ao
identificar a quantidade de cocos abertos nos lixões da cidade, duas
adolescentes desenvolveram a produção de piso ecossustentável
reutilizando o endocarpo lenhoso – a conhecida quenga do coco.
A experiência rendeu diversos prêmios e, no próximo mês de maio,
levará as cientistas para um grande evento de Ciências e Engenharia nos
Estados Unidos. Nicoly Menezes, 15 anos, e Cibele Vasconcelos, 16, são
estudantes da Escola Estadual de Educação Profissional (EEP) Júlio França, em Bela Cruz. A trajetória do projeto tocado por elas começou em dezembro de 2017.
Aos laboratórios da instituição de ensino elas levaram a ideia
inicial do que viria a ser chamado de endopiso. “A gente percebeu que
havia um descarte desordenado desse material na nossa cidade, que é
próxima de áreas com praias, em aterros e vias públicas. E como aqui não
tem nenhuma empresa que trabalhasse com reciclagem do endocarpo
linhoso, acumulava-se muito lixo. Pensamos então em reutilizar essa
parte do coco, transformando em algum produto inovador”, recorda
Nicolly.
(Tribuna do Ceará)