Atuação de empresas menores tem expandido o acesso à internet de alta velocidade no Estado, que conta com mais de 380 provedores licenciados. Apesar do volume, ainda há dificuldades
O acesso à internet em municípios do interior do Ceará tem sido facilitado desde o surgimento de pequenas provedoras de internet que tem concentrado sua atuação em lugares onde as grandes empresas não chegam, sendo responsáveis pela inclusão digital dos moradores das regiões mais afastadas.
Chegando a mais lugares, cerca de 70% dos novos acessos de internet
têm origem nesses pequenos provedores, segundo o presidente da
Associação nacional de Provedores de Internet (AproveBrasil), Paulo
Fernandes.
"Juntos, os pequenos provedores e os regionais, que já são um pouco maiores, mas começaram pequenos, representam cerca de 20% do mercado nacional. No Ceará, tem muitos municípios onde só chega uma empresa e é justamente uma pequena", revela Paulo Fernandes.
Confirmando a expansão do acesso a banda larga de qualidade, a
Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações
(Abrint) revela que 86% dos municípios cearenses já são cobertos por
fibra ótica. "Em outros estados do Nordeste, como Piauí e Paraíba, esses
percentuais são de 18% e 39,5%, respectivamente", destaca Erich
Rodrigues, conselheiro da Abrint.
Ele pontua que o Cinturão Digital foi um grande responsável pela
tecnologia chegar a tantos municípios, mas não deixa de citar a
iniciativa privada. "Nem todos esses lugares são cobertos pelo Cinturão e
aí entra a participação do trabalho privado".
Sobre o Cinturão Digital, Paulo Fernandes pontua que o projeto trouxe
muitos avanços, mas beneficia apenas três empresas. "No Ceará, temos
mais de 380 provedores licenciados e apenas esses três têm acesso ao
equipamento. Tem cidades que possuem a atuação de alguma pequena empresa
que não está autorizada e mesmo assim o Governo não concede o acesso",
relata o presidente da AproveBrasil.
Dificuldades
Além da falta de apoio governamental, Paulo destaca que faltam linhas
de financiamento para quem quer investir no setor. "Só tem linhas de
financiamento a partir de R$ 1 milhão. Quem não tem tanta demanda e quer
somente R$ 100 mil, por exemplo, não é contemplado em nenhuma linha de
crédito", ressalta.
Diário do Nordeste