Exército assume que os números devem aumentar em larga escala e os clubes de tiros do estado já percebem maior procura — Foto: Kid Júnior
Dados do Exército Brasileiro (EB) mostram que os números de pessoas que
pertencem à categoria dos Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs)
aumentam no Ceará. Atualmente, são 11.047 certificados ativos. Em 2017,
foram concedidos 1.962 registros. No ano passado, o número saltou para
3.905 e neste ano de 2019 já foram outras 1.291 concessões.
Com o decreto assinado na última semana pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, flexibilizando as regras de porte de arma,
a tendência é que o quantitativo das solicitações sejam ainda maiores
nos próximos meses. O Exército assume que os números devem aumentar em
larga escala e os clubes de tiros do estado já percebem maior procura.
Para os CACs, o decreto prevê que, agora, eles possam transportar suas
armas com munição. Outra mudança é sobre a aquisição de munições. Por
ano, a categoria passa a poder adquirir cinco mil munições de arma de
uso permitido e mil para cada arma de uso restrito.
De acordo com o tenente-coronel do Exército Brasileiro, Glayriston
Belarmino, a rigorosa apuração para ser emitido o certificado deve
continuar. Belarmino afirma que para o Exército autorizar o registro de
CAC o solicitante não pode ter processo criminal e tem que ter
residência fixa. O tramite até ser decidido pela concessão ou não dura
de 30 a 45 dias. A taxa para o pedido é de R$ 100.
"Precisamos do maior número de informações sobre o solicitante. A
demanda é grande. A partir do momento que a pessoa é flagrada em algo
indevido, não será concedido", disse Belarmino. Um levantamento da 10ª
Região Militar apontou que no Ceará, em 2017 e 2018 foram cassados oito
registros dos CACs. Neste ano, até o último dia 10, nenhum certificado
foi suspenso.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública se posicionou contra o decreto e
afirmou ver com bastante preocupação a facilitação ao acesso as armas
de fogo e munições. O coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, David Marques, afirmou que “no Brasil, 71% dos
homicídios acontecem com uso da arma de fogo. A cada 1% do incremento de
armas em circulação há 2% de crimes. De uma forma ampla, essa
flexibilização vai criar uma atração maior de poder fazer parte da
categoria do CAC”, garantiu.
(G1/CE)