Um estudante de Direito de uma universidade de
Fortaleza foi identificado pela Polícia na última quinta-feira, 9, como
responsável por ameaçar uma adolescente de 16 anos por meio da rede
social Instagram. A jovem recebeu mensagens de um perfil falso que usava
o nome de uma facção criminosa e ordenava que ela fechasse a rede
social até as 19 horas da quinta, 9, durante o período de cinco dias.
Caso não cumprissem as ordens, os pais da garota e ela seriam mortos,
ameaçou o universitário.
Por meio de tecnologia do Núcleo de Inteligência do
DHPP, os policiais civis identificaram o suspeito em menos de 12 horas.
Conforme o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP), Leonardo Barreto, três viaturas foram acionadas à casa do
universitário.
O estudante, que não teve o nome divulgado, foi
conduzido à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP) e foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO)
relacionado ao crime de ameaça. Conforme Leonardo Barreto, o
universitário não possuía antecedentes criminais e confessou ser o autor
das mensagens, mas negou envolvimento com a facção criminosa.
Em depoimento à Polícia, o universitário afirmou que a
ameaça à vítima foi motivada por uma vingança, em decorrência de uma
publicação da adolescente que teria ferido a sua honra. Por ideia de um
amigo, ele disse que foi encorajado a criar o perfil e fazer as ameaças.
O perfil da garota era fechado, mas ela teve que abrir
para participar de uma promoção. Neste período, o universitário teve
acesso às fotos da vítima e descobriu os perfis dos pais da menina. Com
informações sobre a vida pessoal da garota, como nome completo dos pais e
endereço, as ameaças começaram. A vítima, então, procurou a
Especializada acompanhada dos pais.
Crime cibernético
Leonardo Barreto disse que as ações contra crimes
cibernéticos são resultados de "gestão, tecnologia, inteligência
policial e operacionalidade". A tecnologia utilizada não é divulgada
para não prejudicar as investigações, no entanto, o delegado ressalta
que a Polícia Civil tem amplas condições de identificar e
responsabilizar pessoas que cometem cibercrimes.
Segundo o responsável pela Célula de Inteligência
Cibernética do Departamento de Inteligência da Polícia Civil, delegado
Julius Bernardo, os crimes que mais chegam às delegacias são
relacionados a estelionato pela Internet. Quando o valor não é alto,
muitas das pessoas desistem de denunciar. Outro tipo de denúncia que
chega com frequência é relacionada ao crime contra honra, que acontece
quando a vítima é prejudicada no seu meio social.
De acordo com delegado, de 10 crimes cibernéticos, oito
são elucidados. Segundo ele, a Polícia Civil é capaz de identificar
quem atua por trás dos computadores e celulares, no entanto, ainda falta
efetivo suficiente para receber a demanda.
No Ceará ainda não há uma delegacia responsável, porém existem vários casos que foram elucidados. Entre eles, o caso do estelionatário do amor, que
ficou conhecido por aliciar as vítimas na rede social Tinder e
extorquir dinheiro delas. Ainda foi elucidado o golpe de clonagem de
WhatsApp e crimes contra a honra. Na Internet, os crimes também englobam
o sequestro de dados de empresas, que terminam com pedidos de resgate.
Confira dicas dadas pelo delegado Julius Bernardo para quem quer se proteger de crimes virtuais:
1. Publicar fotos no dia seguinte. É uma tática que
evita que as pessoas saibam onde você está em tempo real e pode impedir
um sequestro.
2. Usar senhas diferentes nas redes sociais. Em caso de
roubo ou perda é possível que as pessoas acessem suas redes sociais e
troquem as senhas caso sua seja a mesma do e-mail e das redes sociais.
3. Utilizar um e-mail diferente para as senhas. Não
utilizar o mesmo e-mail do celular. O email das senhas pode ser anotado
em um lugar diferente.
5. Caso seja vítima de um golpe leve os prints para a
delegacia, mas é possível documentar esse material no cartório. Salve os
links.
6. Registre um Boletim de Ocorrência (B.O.). Muitas
vezes estelionatários que atuam na Internet são presos e não há
registros das outras vítimas. Eles aplicam inúmeros golpes.
7. Cuidado com links que recebe. Eles podem conter vírus e os criminosos podem acessar dados do seu computador.
8. Em caso de perda ou roubo troque todas as senhas das redes sociais e ative a função de retirar o login de todas as contas.
(O Povo)