Responsável pelo ataque à faca contra o então candidato à Presidência
Jair Bolsonaro (PSL), Adélio Bispo foi absolvido do ataque cometido
durante a campanha eleitoral do ano passado. A Justiça Federal concluiu
que o agressor sofre de transtorno delirante persistente, não podendo
ser punido criminalmente.
Na sentença do juiz federal Bruno Savino, da 3º Vara de Juiz de Fora, em
Minas Gerais, a absolvição aconteceu porque Adélio é considerado
inimputável, isto é, não pode ser punido criminalmente. A decisão está
baseada em pareceres médicos que apontam que o agressor sofre de
transtorno delirante persistente – desconfiança irreal dos outros ou
sensação de perseguição.
Adelio Bispo continuará internado na Penitenciária Federal de Segurança
Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. A instituição possui
espaço dedicado ao tratamento da doença. Durante o período no local,
será verificada a cessação de periculosidade, que é uma medida de
segurança aplicada a indivíduos que empreenderam ato criminoso, mas por
motivos psíquicos não podem responder penalmente.
Na decisão, Savino escreveu: “A conduta do réu, embora típica e
antijurídica, não pode ser punida por não ser juridicamente reprovável,
já que o réu é acometido de doença mental que lhe suprimiu a capacidade
de compreender o caráter ilícito do fato e de se determinar de acordo
com este conhecimento.”
Morfaria na cadeia
O crime aconteceu em 6 de setembro do ano passado, durante o primeiro
turno das Eleições. Em corpo a corpo com o eleitorado de Juiz de Fora,
Bolsonaro foi surpreendido por Adélio Bispo de Oliveira, que desferiu
golpe de faca contra a barriga do então candidato à Presidência da
República. Preso em flagrante, o agressor confessou e assumiu a autoria
do atentado.
Ao comentar o caso, o hoje presidente Bolsonaro alega que Adélio teria
agido a mando de alguém e que, se dependesse dele (Bolsonaro), o
agressor iria “mofar na cadeia”.
“Eu não perdoo ele, não. Se depender de mim, ele mofa na cadeia. Bandido
tem que apodrecer na cadeia. Se cadeia é lugar ruim, é só não fazer a
besteira que não vai para lá. Vamos acabar com essa história de ficar
com pena de encarcerado. Quem está lá fez por merecer”, afirmou
Bolsonaro dias depois de receber alta médica. O então candidato havia
permanecido cerca de três semanas internado.
Até o momento, Bolsonaro não se pronunciou sobre a decisão judicial sobre Adélio Bispo.
UOL