No retorno de Lionel Messi ao Maracanã, a Argentina não conseguiu fazer uma grande partida nesta sexta-feira e chegou a sofrer pressão da Venezuela no segundo tempo. Mesmo assim, foi efetiva nas poucas chances que criou, fez 2 a 0 e se classificou para a semifinal da Copa América. Na próxima terça, a equipe de Lionel Scaloni irá medir força com o Brasil no Mineirão para decidir quem fará a final do torneio continental.
Nas arquibancadas, as cores predominantes foram o azul celeste e o
branco da Argentina, mas também havia muitos torcedores vestindo o
uniforme cor vinho da Venezuela, o amarelo do Brasil... e o grená do
Barcelona. A torcida destes não era por uma seleção ou por outra, era
por Messi.
Eleito cinco vezes o melhor jogador do mundo, o craque argentino voltou
ao Maracanã pela primeira vez após a Copa do Mundo de 2014. Naquele
Mundial, Messi fora decisivo na estreia ao marcar o gol da vitória por 2
a 1 sobre a Bósnia, mas não conseguiu evitar o título da Alemanha na
decisão, conquistado com um gol no fim da prorrogação, no mesmo estádio.
Desta vez, mesmo que não houvesse nenhum venezuelano em sua cola durante
praticamente todo o jogo, Messi não foi brilhante, mas foi efetivo o
suficiente para ajudar a Argentina a achar o caminho do gol. No primeiro
tempo, partiu dele a cobrança de escanteio que descobriu Agüero no
lance que terminou com gol de Lautaro Martínez, assim como saiu dos pés
dele as raras jogadas bem construídas de ataque.
Faltou a Messi, contudo, ter com quem jogar. A Argentina de 2019 nem de
longe lembra aquela que chegou à final da Copa do Mundo em 2014. A
seleção funciona pouco como equipe e está carente de individualidades.
Agüero não consegue espaço no ataque e o time tem dependido mais do
oportunismo de Lautaro Martínez, que abrira o marcador contra o Catar e
fez o mesmo contra a Venezuela.
Os argentinos também têm demonstrado outro problema nesta Copa América: a
falta de fôlego no segundo tempo. Foi assim na estreia com derrota
diante da Colômbia, e foi assim de novo diante dos venezuelanos. No
Maracanã, se no primeiro tempo a Argentina teve mais volume de jogo e
soube amassar a Venezuela até abrir o marcador, no segundo a seleção se
acomodou e deixou o adversário jogar.
Bem treinada por Dudamel, a Venezuela se arriscou ao ataque usando os
flancos. Machís e Hernandez eram os mais acionados, sendo que o lateral
direito - que atuou quase como um ponteiro - teve a melhor chance de
empate, ao chutar da entrada da área e obrigar Armani a fazer boa
defesa, aos 25.
O gol que não saiu, porém, acabou custando caro três minutos depois.
Farinez não conseguiu segurar chute de Agüero e Lo Celso que acabara de
entrar, chutou livre para fazer 2 a 0 e colocar a Argentina no caminho
do Brasil.
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