A ideia de uma gestão compartilhada, formal, de toda a Arena Castelão,
entre Ceará e Fortaleza, foi superada. Os clubes estão satisfeitos com a
forma como o estádio é cedido às diretorias, jogo a jogo, desde o fim
da parceria público-privada, no fim de 2018, entre o Estado e a empresa
LuArenas, e não enxergam motivos para mudança. Atualmente, Vovô,
Tricolor do Pici e Tubarão da Barra exploram financeiramente o
equipamento de forma plena (bares, estacionamentos, camarotes e venda de
bebidas alcoólicas) no dia do evento, pagando 13% da renda bruta da
partida ao Governo. Depois, devolvem ao poder público, que faz a
manutenção estrutural.
Com a nova posição, o modelo, antes provisório até que se completasse um
novo processo licitatório, ganha força. Anteriormente, diretores
tricolores e alvinegros se reuniram no intuito de criar uma empresa
conjunta para concorrer à licitação do equipamento de forma oficial, mas
a ideia não avançou. Procurada pelo Diário do Nordeste, a Secretaria de
Esporte e Juventude do Estado do Ceará (Sejuv) confirmou que
prosseguirá com o processo licitatório de concorrência internacional,
previsto para o segundo semestre, que teria valor global de R$ 214
milhões, em 20 anos de duração. A abertura da concessão depende de
ajustes do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para em seguida ser
encaminhada a Procuradia Geral do Governo.
"No dia do jogo, recebemos a chave do estádio e ele é nosso, fazemos o
que quiser. Toda a receita dos bares, estacionamento, atividades e
outras ações é nossa. No final do dia, a gente devolve a chave (do
estádio) e toda a receita que recebemos é nossa, assim como todos os
custos no dia do jogo. O positivo é que os nossos parceiros são os
mesmos do Fortaleza, então o que administra para um também trabalha para
o outro", explicou Robinson de Castro, presidente do Ceará.
O presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, também deu detalhes de como
funciona a atual parceria. "O Fortaleza administra a Arena Castelão nos
dias de jogos. Fazemos a operação do jogo. A manutenção diária da Arena é
responsabilidade do Estado e isso se refere à limpeza, conservação,
gramado, luminária, máquina de gelo, elevador, catracas, tudo isso é
responsabilidade do Governo e devemos devolver (o equipamento) ao Estado
conforme pegamos", afirmou o dirigente.
Gestão pública
Gerido pelo Governo do Estado e cedido a Ceará, Fortaleza e Ferroviário
nos dias de jogos, o estádio já recebeu 38 partidas em 2019 - maior
número dentre todas as praças esportivas do País. O excesso de jogos
trouxe problemas na qualidade do gramado. O "tapete" da Copa do Mundo de
2014 se transformou, tornando-se escorregadio, e os tufos de grama
começaram a surgir a cada partida, assim como a presença de lama e
buracos nas áreas destinadas à comissão técnica dos clubes.
Para sanar o problema emergencial, a Sejuv firmou um contrato por meio
de dispensa de licitação, em 16 de janeiro, com a empresa Greenleaf no
valor de R$ 216 mil, válido por 180 dias. Os dados são do Portal da
Transparência do Governo do Estado. Além disso, o órgão anunciou
intervenção durante a Copa América e nova regra de intervalo mínimo
entre jogos.
Diário do Nordeste



