Um mandado de prisão expedido pela Justiça do Rio Grande
do Norte e cumprido pela Polícia Civil chamou atenção na quarta-feira,
26, por ter como alvo um vigilante que teria matado a esposa. A mulher,
na verdade, está viva e ainda mora com ele.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP), que cumpriu o mandado e deteve o suspeito. Acionada pelo portal
G1, a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado explicou que, na
verdade, o vigilante é acusado de tentativa de feminicídio.
O processo ainda consta no site do órgão como crime de feminicídio,
que é o homicídio contra mulheres motivado por violência doméstica ou de
gênero. Não há menção a “tentativa” ou “atentado”. Como vítima, aparece
o nome da esposa do vigilante. A mulher, que está viva, é apontada como
morta por feminicídio.
Em entrevista à TV Cabugi, tanto marido quanto esposa expressaram
surpresa pelo caso. Segundo o casal, o único envolvimento dos dois com a
Polícia foi há dois anos, quando, de fato, houve uma briga entre eles
em que as forças de segurança foram acionadas. Na ocasião, o homem
chegou a responder nos termos da lei Maria da Penha.
"Sobre a briga que tivemos há 2 anos, é um caso que já havíamos dado
como encerado. Foi uma briga de casal que já havíamos resolvido. Mas,
pelo crime de feminicídio, isso não é justo. A prova é que estou aqui,
viva", disse a mulher, que vive com ele há 7 anos. O vigilante permanece
detido na Central de Flagrantes da Delegacia de Plantão da Zona Sul de
Natal.
(O Povo)