Com objetivo de unir esforços e propor projetos integradores, o Plano
Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE) da Superintendência de
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) - entregue ao presidente Jair
Bolsonaro em 24 de maio - possui seis eixos estratégicos articulados
cujas ações lidam com desafios atuais da região. São medidas para
inovação, desenvolvimento de capacidades humanas, dinamização e
diversidade produtiva, desenvolvimento social, conservação ambiental e
segurança hídrica e desenvolvimento institucional.
O Ceará incluiu projetos prioritários em todas as frentes, como em
infraestrutura e logística, energia, inovação e tecnologia, entre
outras. Para a Sudene, recursos hídricos e inovação e tecnologia são os
pontos mais relevantes do PRDNE, os quais podem atrair capital para a
consolidação de obras e empreendimentos no território cearense.
"Dentro do projeto da Sudene, na parte do desenvolvimento econômico, o
Estado priorizou a acessibilidade entre o Complexo Industrial e
Portuário do Pecém (Cipp) e o Porto do Mucuripe, a implantação do Arco
Rodoviário Metropolitano, a duplicação da BR-222, da rotatória da BR-020
até o entroncamento da CE-155, a duplicação da BR-222 até a cidade de
Sobral, a duplicação da BR-116, indo do Km 53 ao município de Penaforte,
a duplicação da BR-304, a Linha Leste do Metrô de Fortaleza, a terceira
fase de ampliação do terminal Portuário do Pecém e a retomada das obras
de implantação da ferrovia Transnordestina", enumerou o diretor de
Estudos Econômicos do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do
Ceará (Ipece), Adriano Sarquis.
O pesquisador foi responsável pela parte que trata das prioridades do
Ceará no projeto e aponta outros propostas que também estão no
documento, como o fortalecimento de cadeias produtivas e o
desenvolvimento da agropecuária familiar. "Além disso, tem o
fortalecimento da cadeia produtiva da pesca e aquicultura. Na área de
turismo, você vai ter a questão da instalação de wi-fi em 12 localidades
nos litorais oeste e leste do Ceará, a pavimentação e drenagem do Porto
das Dunas, drenagem das águas pluviais de ruas. A ideia é posicionar o
Ceará como polo de turismo do Nordeste. Tem também o Projeto de
Integração do Rio São Francisco".
No âmbito nordestino, Sarquis destacou a dinamização e diversificação
produtiva com o Cinturão Digital do Nordeste. "Eles (Governo Federal)
vão fazer uma linha do Ceará para o Maranhão, ampliando a proposta do
Cinturão Digital do Ceará para todo o Nordeste. Tem também neste setor a
ampliação da rede de telefonia móvel", ressaltou. O diretor apontou
ainda o fato de o Plano marcar a retomada da ação da Sudene no Nordeste e
a articulação entre os unidades federativas da Região.
"É importante que os estados trabalhem de forma articulada para pleitear
ações que visem ao desenvolvimento do Nordeste. Temos projetos que
interessam aos estados. Esse Plano é importante porque vai assegurar
projetos para o Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal. Se vão ser
realizados ou não, vai depender de uma articulação política. Os governos
estaduais precisam se mobilizar", observa.
Nordeste mais forte
Para o superintendente da Sudene, Mário Gordilho, o PRDNE tem vida útil
longa, pois é um plano que tem uma visão de desenvolvimento do Nordeste
com projetos em várias matrizes, com prazos de execução variados. "Os
projetos foram todos apresentados pelos governadores, então ele tem uma
visão de desenvolvimento de 12 anos e perpassa os quatro anos do PPA. Se
você me perguntar se tem recursos para todos os projetos, eu digo que
não", explicou.
Entre os seis eixos estratégicos, Gordilho destacou a questão da
segurança hídrica e a inovação e tecnologia. "A Sudene quer buscar
programas nessas áreas. Essa linha dentro desse nosso plano tem a
preparação para uma fase de inteligência e convivência com o
acompanhamento e avaliações. Vamos fazer alguma coisa que a Sudene possa
acompanhar juntamente com os governos estaduais e municipais para ver
se a gente concentra os esforços e os recursos no Nordeste".
Segundo ele, com o PRDNE a Sudene ganhou força. "Ela voltou a ser
protagonista das ações do Nordeste. Precisamos nos unir para resolver os
problemas". Para além dos problemas básicos, Gordilho explica que a
infraestrutura e logística também são importantes. "Nós precisamos
trabalhar a duplicação das estradas federais. Na parte de ferrovias,
resolver o problema da Transnordestina e recolocar as ferrovias que
estão na parte do litoral para funcionar. A minha prioridade é a
prioridade dos estados", ressaltou.
Diário do Nordeste