Um grupo formado por entidades ligadas à área da Justiça, associações e
representantes da imprensa foi instalado hoje (11) para atuar na
checagem de informações e combate a notícias falsas, as chamadas fake
news. O Painel Multissetorial de Checagem de Informações e Combate a
Notícias Falsas tem entre parceiros o Supremo Tribunal Federal e o
Conselho Nacional de Justiça.
Em um primeiro momento, a checagem será feita sobre posts e notícias a
respeitos de atos do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de
Justiça. A intenção é futuramente estender a verificação a outros
tribunais e instituições.
As notícias serão checadas pelos jornalistas dos sites Aos Fatos,
Boatos.Org, Conjur, Jota, Migalhas e UOL-Confere. Outros portais, como o
Jusbrasil e Jus Navigandi, também vão participar.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, disse que as
notícias fraudulentas são motivo de preocupação em todo o Brasil e o
mundo. Ressaltou ainda que as fake news atingem a democracia e o estado
democrático de direito, e são graves quando envolvem o poder Judiciário.
“As notícias falsas são especialmente graves quando praticadas contra o
poder Judiciário, que lida diariamente com questões sensíveis, muitas de
grande repercussão em todas as áreas. Distorcer o teor de suas
decisões, suas práticas, pode afetar a vida de muitas pessoas, além de
colocar em risco a credibilidade de instituições essenciais”, disse.
Toffoli citou a conclusão de estudos produzidos por pesquisadores do
Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, a
respeito de notícias distribuídas pelo Twitter entre 2006 e 2017 que
mostra que notícias falsas têm 70% mais chance de serem retuitadas que
as notícias verdadeiras.
Uma das propostas do painel lançado hoje é unir-se à campanha
#FakeNewsNão, capitaneada pelo Conselho Nacional de Justiça que propõe o
compartilhamento de posts, vídeos, textos e artes que esclareçam os
danos provocados por informações falsas, e ensinem a população a
identificar e impedir a circulação delas.
Entidades como a Fundação Getúlio Vargas, a Ordem dos Advogados do
Brasil, a Associação Nacional de Jornais, a Abratel e a Abert, além de
observadoras e consultoras do painel, atuarão na conscientização dos
males causados por aquelas notícias.
O portal do Conselho Nacional de Justiça vai ter uma página específica
com informações sobre objetivos, motivações, parceiros, links e todos os
conteúdos que forem analisados.
Agência Brasil