Desde que se viu envolvida nas investigações da Operação Lava Jato, em
2015, a Odebrecht viu seu quadro de funcionários se reduzir em cerca de
80% e sua receita bruta cair cerca de 20%. É o que apontam números
divulgados pela empresa em seus relatórios anuais. Nesta segunda-feira
(17), empresa formalizou na Justiça de São Paulo um pedido de
recuperação judicial, sob peso de dívidas de R$ 65,5 bilhões.
Segundo relatório publicado pela empresa em 2015 com dados de 2014,
naquele período a empresa tinha 276 mil funcionários. No documento mais
recente, publicado em 2018 com dados de 2017, o número é de 58 mil
funcionários – um recuo de 80%. Segundo nota enviada pela empresa ao G1,
o número mais recente é de cerca de 48 mil funcionários, o que
representa uma perda de 82% do quadro desde o ano da prisão do então
presidente da empresa, Marcelo Odebrecht.
Em comunicado divulgado nesta segunda, a empresa diz que chegou a ter
mais de 180 mil empregados cinco anos atrás. Afirma ainda que a redução é
"consequência da crise econômica que frustrou muitos dos planos de
investimentos feitos pela ODB, do impacto reputacional pelos erros
cometidos e da dificuldade pela qual empresas que colaboram com a
Justiça passam para voltar a receber novos créditos e a ter seus
serviços contratados".
Os documentos também indicam uma queda no faturamento da empresa. No de
2015, o indicador de receita bruta bateu a marca de R$ 107 bilhões. Já
no documento mais recente, publicado em 2018 com dados de 2017, passou
para R$ 82 bilhões – o que significa queda de 23%. Já o valor mais
recente divulgado pela assessoria de imprensa da empresa é de receita de
R$ 86 bilhões – perda de 20%.
Corrupção
A Odebrecht se tornou alvo da Lava Jato na 14ª fase da operação, em
junho de 2015, sob acusações de agir de forma sofisticada em um esquema
de corrupção envolvendo fraudes e licitações da Petrobras. Preso, o
então presidente da empresa Marcelo Odebrecht foi um dos que assinaram
acordo de delação premiada, além de Emilio Odebrecht, filho do fundador.
Desde então, a empresa busca reerguer sua imagem e credibilidade. Após o
fechamento de acordos de leniência em 2016, chegou a publicar uma carta
de “desculpas” pelos erros, e desde então afirma que vem investindo no
aprimoramento de práticas de governança.
G1