O objetivo da Cogerh é ampliar a capacidade de observação de irregularidades e favorecer o planejamento da gestão de reservatórios. A implantação da tecnologia da empresa norte-americana "Planet" custou R$ 2 milhões
Imagens de satélite vão reforçar a fiscalização e
otimizar o monitoramento dos usos da água no Ceará. A tecnologia é uma
inovação que começa a ser aplicada pela Companhia de Gestão dos Recursos
Hídricos (Cogerh). A ideia do projeto é reduzir custos, ampliar a
capacidade de observação de irregularidades e favorecer o planejamento
da gestão dos recursos hídricos e concessão de outorga em todo o Estado.
A Cogerh firmou contrato com a empresa norte-americana 'Planet', que
detém a tecnologia dos satélites por um prazo de três anos pelo valor de
R$ 2 milhões. Serão usadas imagens de uma rede de 150 satélites com
atualização a cada 48 horas. "É o auxílio da tecnologia para o
cumprimento dos parâmetros definidos na alocação negociada de água, com
foco na fiscalização", avalia o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias.
Inicialmente, os núcleos das regionais da Cogerh em Limoeiro do
Norte, no Vale do Jaguaribe, e de Sobral, no Vale do Acaraú, na região
Norte, participam da primeira capacitação para operar o sistema. "É um
treinamento simples e as imagens do sensoriamento remoto vão chegar em
plataformas de web nos computadores dos fiscais e gerentes regionais",
observou o diretor de Planejamento da Cogerh, Elano Joca. De acordo com
ele, a tecnologia de imagens vai gerar "um impacto positivo na
fiscalização".
A vantagem da iniciativa, com imagens diárias e de todo o Estado,
possibilita a detecção de irregularidades com agilidade para cumprir
instrução legal da Secretaria de Recursos Hídricos, que dispõe dos
instrumentos de fiscalização, autuação e interposição de recursos por
infrações à Legislação Estadual de Recursos Hídricos.
Segundo Vinicius Rissoli, engenheiro representante da empresa que
detém a tecnologia dos satélites, as imagens podem ser acessadas de
forma rápida, fácil e com altíssima resolução espacial. "São imagens com
três metros de distância", explicou Rissoli.
O sistema também vai auxiliar na observação da qualidade da água,
além de monitorar possíveis irregularidades em áreas de proteção
próximas a açudes. "Vamos ter condições de identificar desmatamento em
alguma área do reservatório, além de agressões ao meio ambiente em torno
dos mananciais", reforça João Lúcio Farias, presidente da Cogerh. "Sem
dúvidas, o Estado passa a ter um monitoramento mais efetivo com a
aquisição dessa tecnologia".
A cada ano, após a quadra chuvosa, ocorrem as reuniões nos comitês de
bacias hidrográficas para a alocação de água negociada. O sistema vai
permitir avaliar e fiscalizar os devidos usos da água. "Atualmente, é
necessário deslocamento de equipes por rodovia, com necessidade de mais
tempo e às vezes dificuldades de acesso", observou o diretor da Cogerh
Elano Joca.
O sistema inovador vai permitir melhor planejamento do uso dos
recursos públicos e terá o reforço de utilização de drones, que já foram
testados no ano passado pela Cogerh. "A ideia é essa, unir as duas
tecnologias, o sensoriamento remoto por imagens de satélite e de
drones", explicou Joca.
Protótipo
O "Sistema de Alerta", cujo protótipo está em fase de negociação, vai
"avisar" quando encontrar mudanças entre períodos. "Quando o usuário
fizer um desmatamento, por exemplo, o sistema vai notar a diferença
tomando como base uma imagem anterior e uma mais recente, indicando que
houve alteração no espaço", explica Alves Neto, técnico de fiscalização.
"O sistema vai dar alertas. Então, em vez de olhar pro sistema como um
todo o técnico, vai focar aonde precisa ir", completou.
A empresa responsável pela tecnologia desenvolverá o protótipo em até seis meses.
Diário do Nordeste