Dados do Ministério da Saúde
revelaram que 19,3% da população das capitais brasileiras usam o celular
enquanto dirigem. Isso significa que de cada cinco pessoas, uma afirmou que
comete esse ato. A informação é do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2018,
divulgada nesta segunda-feira, 24. O ministério alertou ainda que os acidentes
de trânsito são a segunda maior causa de mortes externas no país.
A pesquisa também mostrou que as
pessoas com idades entre 25 e 34 anos (25%) e com maior escolaridade (26,1%),
com 12 anos de estudo ou mais, são as que mais assumem esse comportamento de
risco. Os motoristas com nível superior também são os que mais recebem multas
por excesso de velocidade e que associam o consumo de bebida alcoólica e
direção.
O Vigitel é uma pesquisa
realizada pelo Ministério da Saúde que, desde 2006, monitora diversos fatores
de risco e proteção relacionados à saúde, incluindo a temática de trânsito nas
capitais dos 26 estados e no Distrito Federal. Nesta edição foram entrevistadas
por telefone 52.395 pessoas, maiores de 18 anos, entre fevereiro e dezembro de
2018.
As capitais que apresentaram
maior percentual de uso de celular por condutores foram Belém (24%), Rio Branco
(23,8%) e Cuiabá (23,7%), seguido por Vitória (23,3%), Fortaleza (23,2%),
Palmas (22,4%), Macapá e São Luís (22,3%). Por outro lado, as capitais com
menor uso de celular durante a condução de veículo foram: Salvador (14,1%), Rio
de Janeiro (17,1%), São Paulo (17,2%) e Manaus (17,7%).
Além do uso do celular associado
à direção, a pesquisa abordou também outros três importantes indicadores para a
ocorrência de acidentes de trânsito: consumo abusivo de álcool abusivo, consumo
de álcool em qualquer dose e multa por excesso de velocidade.
Velocidade
O Vigitel 2018 mostra que 11,4%
da população entrevistada afirmou já ter recebido multas de trânsito por
excesso de velocidade. O comportamento de risco foi identificado mais em homens
(14%) do que em mulheres (7%), na população de 25 a 34 anos (13,4%), e de maior
escolaridade (13%).
O Distrito Federal é a capital
com a maior proporção de casos (15,6%), seguida de Fortaleza (14,5%); Porto
Alegre (14,1%); Belo Horizonte (13,7%); e Goiânia (13,6%). Já as capitais com
menores índices são Manaus (0,9%); Macapá (2,7%); Belém (5,9%); Campo Grande
(6,9%) e Porto Velho (7,1%).
Álcool e direção
A proporção de adultos que
informaram que conduziram veículos motorizados após consumo de qualquer
quantidade de bebida alcoólica foi de 5,3%, sendo maior entre homens (9,3%) do
que mulheres (2%). A associação entre consumo de álcool e direção ocorreu
principalmente em indivíduos de maior escolaridade (8,6%) e com idade entre 25
e 34 anos (7,9%).
Dentro desta categoria, as
capitais com maior proporção são: Palmas (14,2%); Teresina (12,4%);
Florianópolis (12,1%); Cuiabá (9,9%) e Boa Vista (9,3%). Já as com menores
prevalências são: Recife (2,2%); Rio de Janeiro (2,9%); Vitória (3,2%);
Salvador (3,6%) e Natal (4,2%).
Mortes no trânsito
Os acidentes de trânsito são a
segunda maior causa de mortes externas no país. Em 2017, de acordo com o
Ministério da Saúde, 35,3 mil pessoas morreram em decorrência de acidentes de
trânsito e 166.277 foram internadas. Os gastos com as internações foram de R$
229,2 milhões. Além das sequelas emocionais, muitos pacientes ficam com lesões
físicas, sendo as principais consequências amputações e traumatismo
cranioencefálico, segundo a pasta.
Em parceria com estados e
municípios, o Ministério da Saúde desenvolve, desde 2010, o Programa Vida no
Trânsito, uma resposta do governo brasileiro aos desafios da Organização das
Nações Unidas (ONU) para a Década de Ações pela Segurança no Trânsito, cuja
meta é reduzir 50% dos óbitos por acidentes de trânsito entre 2011 a 2020.
Entre 2010 e 2017, o Brasil reduziu em 17,4% o número de mortes por acidentes
de trânsito, passando de 42.844 para 35.374.
Nas capitais que mais se
engajaram no programa, houve redução superior à 40%, como: Aracajú (55,8%);
Porto Velho (52,0%); São Paulo (46,7); Belo Horizonte (44,7); Salvador (42,7%)
e Maceió (42,9%).