Os primeiros estudos em seres humanos com a chamada "pílula do câncer"
tiveram início nesta segunda-feira (17), na Universidade Federal do
Ceará (UFC). A substância fosfoetanolamina promete ser uma alternativa
mais eficaz na redução dos tumores malignos.
No total, 64 voluntários sadios entre 18 e 50 anos foram divididos em
quatro grupos que receberão dosagens diferentes do fármaco. O primeiro
grupo começou os experimentos nesta segunda-feira, com 500 miligramas.
Os próximos terão dosagens maiores, até um máximo de três gramas. O
objetivo é avaliar a dosagem ideal da substância, medir possíveis
efeitos colaterais, bem como o tempo de absorção da fosfoetanolamina
pelo organismo.
Essa é a primeira vez que os testes são aplicados em pessoas sadias no
Brasil. A coordenação dos estudos é da Profª Elisabete Moraes,
coordenadora do Centro de Pesquisa Clínica do NPDM.
Os estudos aguardam novos recursos para a continuação da pesquisa, até
agora financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações.
O fármaco já foi testado em camundongos, que tiveram uma resposta
eficaz. O uso da substância resultou na diminuição do índice de resposta
a terapias de um dos tipos de câncer de pele mais agressivos, o
melanoma B16F10. O resultado mostrou uma eficácia de redução de 64%
sobre o crescimento do tumor, índice inferior ao constatado com
substância já utilizada em tratamento de câncer. Os animais também não
tiveram efeitos colaterais relevantes.
Diário do Nordeste