Governadores do Nordeste reagiram a um comentário particular do presidente Jair Bolsonaro (PSL), nesta sexta-feira (19), ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, durante um café da manhã com jornalistas.
Um dos microfones captou Bolsonaro afirmando que “desses governadores de
paraíba, o pior é o do Maranhão. Tem que ter nada com esse cara”. O
vídeo transmitido pela TV Brasil circula nas redes sociais. O Palácio do
Planalto não comentou sobre o conteúdo do material divulgado.
Em carta, os governadores nordestinos criticaram a postura de Bolsonaro.
Gestores disseram receber "com espanto e profunda indignação a
declaração do presidente da República". No texto, afirmaram ainda que,
em respeito à Constituição, sempre procuram ter "diálogo" e
"convergências" com o Palácio do Planalto.
Governadores, que procuram agir de forma articulada em determinados
assuntos de interesse mútuo, esperam "esclarecimentos por parte da
presidência da República e reiteramos nossa defesa da Federação e da
democracia".
Maranhão
Flávio Dino, que é o governador do Maranhão, se manifestou nas redes
sociais. "Independentemente de suas opiniões pessoais, o presidente da
República não pode determinar perseguição contra um ente da Federação.
Seja o Maranhão ou a Paraíba ou qualquer outro Estado. 'Não tem que ter
nada para esse cara' é uma orientação administrativa gravemente ilegal",
disse o governador.
Veja a carta dos governadores na íntegra
Nós governadores do Nordeste, em respeito à Constituição e à democracia, sempre buscamos manter produtiva relação institucional com o Governo Federal. Independentemente de normais diferenças políticas, o princípio federativo exige que os governos mantenham diálogo e convergências, a fim de que metas administrativas sejam concretizadas visando sempre melhorar a vida da população.
Recebemos com espanto e profunda indignação a declaração do presidente da República transmitindo orientações de retaliação a governos estaduais, durante encontro com a imprensa internacional. Aguardamos esclarecimentos por parte da presidência da República e reiteramos nossa defesa da Federação e da democracia.