Um menino de 4 anos morreu após
ser picado por um escorpião enquanto dormia em casa, na última sexta-feira
(28/6), em Taguatinga. Christian Silva de Jesus foi encaminhado para o Hospital
Regional de Taguatinga, onde passou cerca de 15 horas sendo tratado. Moradores
da QNF 20, onde o garoto vivia, reclamam que é comum encontrar o animal
peçonhento na região.
Os pais dos menino, o serralheiro
Juliano de Jesus, 33 anos, e a autônoma Lorraine de Jesus, 27, contam que
Christian acordou na madrugada com fortes dores na perna. "Quando eu
levantei, ele estava gritando e balançando a perninha. Eu já imaginei que
poderia ter sido uma picada de escorpião, porque já fui picado uma vez. Quando
eu o tirei da cama, o bicho saiu correndo”, lembra.
A mãe, Lorraine, afirma que eles
deram entrada no hospital por volta de 1h, mas, no atendimento, os médicos
informaram que só havia duas doses do soro necessário para tratar a picada e
Christian precisava de pelo menos três delas. "O médico teve que ir atrás
do resto e conseguiu no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Eram
quase 4h quando eles foram aplicar. Nisso, ele já tinha delirado e vomitado
várias vezes”, comenta. O garoto precisou tomar cinco doses de soro para
escorpião, mas morreu por volta das 16h50.
Comum na região
Moradores da região relatam que é
comum vizinhos encontrarem escorpiões dentro de casa. Juliano guarda um pote
cheio deles. A técnica Meire Neves Pereira, 46, uma das vizinhas do casal, diz
que já encontrou pelo menos três na residência dela. "Tem muito por aqui.
O povo reclama. Tenho um pote com os que eu achei", diz. Meire ainda
comenta que profissionais da Vigilância Ambiental estiveram no local hoje de
manhã após o acidente com Christian.
A Secretaria de Saúde informou
que a Vigilância monitora a distribuição temporal e espacial da população de
escorpiões e de acidentes, além de promover ações de prevenção e controle.
"O atendimento à população é feito por demanda passiva, ou seja, a
população aciona o serviço de saúde (telefone: 2017-1343 ou 160) para que as
providências sejam tomadas", complementou.
Até março deste ano, 344 pessoas
foram atendidas na rede pública de saúde do DF após serem picadas por
escorpião. Em 2018, foram 1.286 casos. As vítimas de acidentes por animal
peçonhento devem procurar a emergência dos hospitais ou da Unidade de Pronto
Atendimento (UPA). O centro de informações tóxicas também está disponível no
número 0800-644-6774 para primeiras orientações sobre os acidentes.