O motorista de aplicativo Patrick Carneiro do
Nascimento, preso em agosto de 2018 por violentar passageiras, foi
condenado a 14 anos e 4 meses de reclusão, inicialmente em regime
fechado, pelos crimes de estupro e estelionato.
O caso foi denunciado em série de reportagens publicada pelo O POVO.
A sentença foi proferida no dia 6 de maio de 2019. O caso tramita em segredo de Justiça.
Patrick é acusado de outros crimes, como a criação de
perfis falsos, mas a sentença diz respeito somente aos casos de estupro e
roubo. Na decisão, o juízo da 3ª Vara Criminal decretou prisão
preventiva.
A defesa recorreu da sentença, mas o réu permanecerá
preso até o julgamento do recurso. Além disso, no sistema de busca
processual, constam outras quatro ações penais contra Patrick Carneiro
do Nascimento, das quais três tramitam em segredo de justiça, tendo como
assunto estupro ou crime contra a dignidade sexual, e uma de
estelionato.
Relembre o caso
Patrick Carneiro do Nascimento foi preso no dia 17 de
agosto de 2018, acusado de, com cadastro fraudado de motorista de app de
transporte, estuprar passageiras. Na época, ele confessou ter
violentado seis vítimas, mas a Polícia Civil investigava pelo menos dez
casos.
O homem foi preso no bairro Conjunto José Walter, onde morava, e já havia sido reconhecido por diversas vítimas.
No carro utilizado para os crimes, um Logan preto, a Polícia encontrou
três cartões ligados a contas do 99Pop e dezenas de chips de celulares.
Os agentes também apreenderam um notebook e dois smartphones - um iPhone
e um Moto G.
Patrick foi abordado por duas equipes da Polícia Civil
no momento em que chegava na residência e, inicialmente, alegou não ter
relação com os crimes. Ele chegou a apontar "engano" dos agentes. Horas
depois, confessou autoria de seis dos estupros investigados.
Na semana da prisão, O POVO publicou série de reportagens detalhando o crime e expondo como o mercado ilegal de contas de apps facilita esse tipo de crime.
O material, assinado pelos jornalistas Carlos Mazza e Jáder Santana
mostraram que qualquer busca rápida levava até inúmeras ofertas de
contas falsas, disponíveis em todas as regiões do Brasil. A venda foi
verificada em sites de venda informal, como OLX e Mercado Livre. Os
preços variavam entre R$ 100 e R$ 300.
Redação O POVO Online