A 250 quilômetros de Brasília, o
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é destino certo para muitos moradores
da capital. Quem escolheu a unidade de conservação para passar as férias de
julho deve ficar atento às novidades do parque. A taxa de entrada no ponto
turístico começará a ser cobrada após a fase de pré-operação, ainda sem data
para ser finalizada.
Os preços foram regulamentados
por meio da Portaria n°831/2018 do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio). Visitantes locais, como moradores de Alto Paraíso de
Goiás, Cavalcante, Colinas do Sul, Nova Roma, São João D’Aliança e Teresina de
Goiás, vão ter que pagar R$ 3. Dos turistas nacionais, vai ser cobrada uma taxa
de R$ 17 e, dos internacionais, R$ 34. A exceção é para moradores de países do
Mercosul, que vão pagar R$ 26.
A concessionária SociParques,
responsável pelos serviços de apoio à visitação, informa que o valor arrecadado
vai ser usado para reformas e compra de equipamentos, além da manutenção da
unidade. A expectativa da empresa é que mais de R$ 14 milhões sejam investidos
em melhorias durante os 20 anos da concessão.
Turismo
A Chapada dos Veadeiros é um dos
destinos de viagem preferidos da jornalista Marcela Costa, 26 anos. Só este
ano, ela foi ao local três vezes. “Gosto de ir para lá porque me sinto
conectada à natureza, à minha espiritualidade. Sempre que Brasília começa a me
sufocar de trabalho, de trânsito e de rotina, eu vou para a Chapada retomar o
meu eixo”, comenta.
Sobre as taxas, Marcela diz que
achou um pouco caro os valores, mas que é aceitável. “O parque é um lugar
incrível. Ele representa a essência da Chapada e precisa ser bem cuidado. Já
fiz as trilhas algumas vezes e nunca vi lixo jogado ou identifiquei má
conservação. A notícia de que agora será cobrada uma taxa me assustou no
início, mas, se for para manter o espaço e os animais seguros, então tudo bem”,
ressalta.
A analista administrativa Renata
Silva, 32, também concorda com a cobrança, mas espera que os recursos sejam de
fato investidos em melhorias. “Se for realmente para melhorar as condições do
local, acho o preço de R$ 17 tranquilo. Um valor mais alto que isso já seria
exorbitante”, comenta Renata, que frequenta o lugar há 10 anos.
O ponto turístico recebeu cerca
de 70 mil visitantes no ano passado, de acordo com a Agência Estadual de
Turismo de Goiás. Para o coordenador do Núcleo de Estruturação de Destinos
Turísticos, Luciano Guimarães, as melhorias a serem feitas com os recursos
devem atrair ainda mais visitantes. “Vai dar um bom retorno para a sociedade.
Você pode trabalhar melhor a acessibilidade, a sinalização das trilhas e ter
bons banheiros, por exemplo. Todo mundo sai ganhando”, analisa.
A SociParque afirma que, desde 24
de junho, catracas foram instaladas para tornar a entrada mais organizada. Com
o início da cobrança, em breve, será possível adquirir o ingresso com
antecedência, garantindo o acesso, que é limitado a 750 pessoas. Entre as
ações, estão previstas também a reforma e a ampliação do Centro de Visitantes,
além de obras no alojamento de brigadistas e voluntários, implantação de
banheiros e de transporte interno.
Confira quem está isento da taxa:
» Visitantes com 60 anos ou mais
» Crianças com até 12 anos
incompletos, acompanhadas de adultos
» Estudantes e acompanhantes de
estabelecimentos de ensino com visitas pré-agendadas
» Populações extrativistas
beneficiárias da unidade de conservação
» Colaboradores ou membros de
instituições colaboradoras
» Pesquisadores autorizados pelo
ICMBio
» Servidores de órgãos públicos
em serviço
» Guias de turismo regularizados
pelo Ministério do Turismo e condutores de visitantes cadastrados na unidade de
conservação
Correio Braziliense