Uma moradora
do Bairro Vila Velha, em Fortaleza teve a casa demolida por engano por
uma empresa que realizava uma obra de urbanização do Rio Maranguapinho,
em novembro de 2018. Segundo a Defensoria Pública do Ceará que está
acompanhando o caso, o imóvel estava no caminho do projeto, mas a
proprietária não havia aceitado indenização para deixar o local. A
empresa demoliu a casa dela no lugar de outra, que havia aceitado as
negociações com o governo do Estado.
Nesta terça-feira (13), após uma reunião entre a moradora, a Defensoria
Pública e a Secretaria das Cidades, o governo estadual apresentou um
laudo avaliando o imóvel da mulher em R$ 70 mil.
Em nota, a Secretaria das Cidades informou que vem acompanhando o caso e
que na próxima quarta-feira, dia 21 de agosto, foi agendado o
atendimento para negociação quanto à indenização do imóvel.
De acordo com José Lino, defensor público, que vem acompanhando as
negociações, os diálogos com o órgão estadual devem permanecer, pois é
preciso levar em consideração os aluguéis pagos e os problemas de saúde
decorrentes do trauma sofrido pela proprietária.
A diarista Ana Paula Abreu de Oliveira, de 35 anos, havia comprado o
imóvel há três anos. A casa era ampla, com piso e vinha sendo arrumada
por ela aos poucos.
No início do ano de 2018, por causa da violência envolvendo facções
criminosas, Ana Paula, desocupou o imóvel, colocou placa de venda e foi
morar com familiares no Bairro Barra do Ceará.
“Eu ficava indo a cada 15 ou 20 dias para ver como as coisas estavam e
mostrar a casa para alguns interessados. Em uma dessas idas, minha casa
estava demolida. Todas as paredes no chão. Não existia mais nada. Fiquei
desesperada e sem entender o que havia acontecido”, relembra.
Após ter o imóvel derrubado, Ana Paula procurou o governo, que reconheceu que havia feito a demolição da casa por engano.
Ainda de acordo com o defensor público que acompanha o caso da
diarista, não é a primeira vez que casos como estes acontecem. "No caso
da Ana Paula, derrubaram a dela no lugar da casa vizinha, que havia
aceitado a indenização. Para resolver isso ou se tenta um diálogo com o
poder público ou entramos na esfera judicial mesmo com pedidos de
indenização por danos morais e materiais”, explica José Lino.
(G1/CE)