Entenda o tumor nas glândulas salivares, como de Heloisa Périssé

Tipo de tumor é diferente do câncer de boca; não está relacionado ao HPV e tem pouca relação com o cigarro, sendo o principal fator a predisposição

Reprodução
A atriz Heloisa Périssé, 52, revelou nas redes sociais que retirou um tumor das glândulas salivares e que vai fazer sessões de quimio e radioterapia.
“Estou ‘sumidinha’, né? Pois é, a vida dá umas cambalhotas interessantes! KKKKK. O motivo foi um tumor nas minhas glândulas salivares e agora vou me voltar 100% para minha saúde!”, escreveu no Instagram.
“Vou fazer sessões de radioterapia, quimio, o que for e, daqui a pouco, tô a mil de novo! E ainda vamor rir muito! Porque bom humor, graças a Deus, é o meu olhar pra vida! E quero ser assim principalmente agora!”, completava a mensagem.
Diferentemente do câncer de boca, o tumor maligno das glândulas salivares não está relacionado ao HPV, segundo Renan Lira, cirurgião-oncológico de Cabeça e Pescoço do A.C.Camargo Cancer Center. Os principais fatores de risco são a predisposição genética, exposição à radiação e a substâncias químicas.
“Pessoas que têm muitos casos de câncer na família, não necessariamente de glândulas salivares, têm mais chance de desenvolver esse tipo de tumor. É mais comum a partir dos 50 anos”, afirma.
“Exite a relação entre cigarro e tumor de glândulas salivares, mas ela não é tão clara quanto em outros tumores de cabeça e pescoço”, completa.
Ele explica que o câncer de boca atinge a mucosa, que é a membrana vermelha sobre a língua e que reveste a bochecha. Já as glândulas salivares são muito pequenas e estão localizadas embaixo da mucosa. “O câncer das glândulas salivares é muito mais raro que o câncer da mucosa, popularmente conhecido como câncer de boca”, diz.
O tumor das glândulas salivares, que pode ser benigno ou maligno, geralmente se manifesta como nódulos – pequenos caroços – perto da orelha, na papada, na língua, na bocheca ou no céu da boca. “A apresentação inicial são nódulos, mas podem se transformar em feridas”, afirma.
Segundo o cirurgião-oncológico, o tumor benigno fica restrito ao local em que apareceu, sendo eliminado com cirurgia. O maligno é mais inflitrativo e pode dar metástase no pescoço, pulmão e fígado, nessa ordem.
“No caso do tumor maligno, o mais importante é a cirurgia. Em algumas situações, é feita em seguida a radioterapia ou a radioterapia junto com a quimioterapia para diminuir a chance de o câncer voltar. Cada um desses tratamentos têm o poder de reduzir esse risco. Quando junta os dois, você aumenta esse poder”, explica.
O tratamento com radiotearpia geralmente consiste em 30 aplicações durante 4 a 6 semanas. A quimioterapia, quando combinada, é feita no mesmo período. Cerca de três sessões costumam ser suficientes, de acordo com Lira.
Recursos como a fonoaudiologia e a fisioterapia são necessários apenas quando o tumor é grande e sua retirada compromete a fala.
Trata-se de um tipo de câncer que a pessoa só descobre quando os nódulos se tornam visíveis. “Não é possível fazer prevenção nem rastreamento”, diz o cirurgião-oncológico. “A única forma é prestar a atenção na boca e no pescoço”.
Com a informação R7

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