PDT e PSDB apontam que André Fernandes quebrou decoro


O ouvidor do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado estadual Romeu Aldigueri (PDT), considerou no parecer as denúncias feitas contra André Fernandes (PSL). É o que diz fonte ligada a gabinete de um dos deputados diretamente envolvidos com a tramitação do caso.

O pesselista noticiou o Ministério Público do Ceará (MPCE) sobre suposto envolvimento de Nezinho Farias (PDT) com uma facção criminosa. Sem ter recebido elementos adicionais que permitissem abertura de investigação, o órgão arquivou o material apresentado por Fernandes.

Nesta fase, o documento assinado pelo deputado pedetista tem a finalidade de determinar se as denúncias feitas por PDT e PSDB, que apontam quebra de decoro, são ou não admissíveis.
O relatório será apresentado no próximo dia 20, às 17 horas, durante reunião secreta do Conselho de Ética. O grupo é composto por nove membros titulares. Nele, somente a deputada Fernanda Pessoa (PSDB) é oposição ao governador Camilo Santana (PT).

Se os parlamentares votarem de acordo com o que o relatório indica, será instaurado um subconselho com três membros. Este grupo definirá uma punição, dentre as três possíveis: censura verbal ou escrita, suspensão temporária do mandato ou cassação do mandato.

Conforme já antecipado por O POVO, corre nos bastidores da Casa que Fernandes deverá sofrer punição. Os parlamentares, contudo, descartam qualquer iniciativa que aponte para a cassação do mandato.

Confrontado com a mesma questão, o presidente do Conselho de Ética, Antônio Granja (PDT), disse que ainda não leu o documento. O parlamentar pretendia ter notificado Fernandes na última quinta-feira. Como não se conseguiu encontrá-lo, ele tomou ciência da reunião do dia 20, oficialmente, um dia depois do previsto, na última sexta-feira.

Embora tenha apertado a mão do pesselista no dia 4 de julho, após ter recebido pedido de desculpa, Nezinho Farias move ação por danos morais contra Fernandes. Nela, o advogado do pedetista, Renê Coelho, pede R$ 39.920 ao deputado, alegando que a acusação "infundada" causou satisfação ao réu, tendo o cliente - Nezinho -, por sua vez, sido lesado.

A peça, que tramitava na 12ª Unidade do Juizado Especial Cível, foi transferida para a 16ª Vara de mesma categoria. Uma audiência conciliatória foi marcada para o dia 3 de setembro, às 11h30min. Outra peça ainda deverá ser protocolada na Justiça, esta criminal, sustentando que o político de primeiro mandato incorreu em denúncia caluniosa - para o Direito, o delito é considerado mais grave que calúnia.

Procurado, Nezinho admitiu que deseja a cassação do pesselista. Afirmou ainda não conhecer o parecer de Aldigueri. Já que é parte interessada, respondeu o político, mantém afastamento.
Fernandes foi procurado por meio da assessoria de comunicação, pelo próprio WhatsApp e por ligação telefônica. Não houve retorno até o fechamento da edição.



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