Com filas de espera zeradas desde 2016, o Ceará tem se tornado uma
referência no envio de córneas para transplante em outros estados.
Apenas neste ano, foram fornecidos 397 do tecido para hospitais de fora,
segundo o Banco de Olhos do Ceará. O número, que considera também os
dados da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), representa
esperança para pessoas que precisam do procedimento cirúrgico.
Ao todo, foram 13 estados beneficiados desde janeiro, entre eles
Maranhão, Rio de Janeiro e Pará. O envio só foi possível graças a uma
parceria entre a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS)
e a Secretaria da Saúde (Sesa), que acumulou 3.288 doações desde 2016.
A coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, Eliana Barbosa de
Almeida, explica que os números desse tipo de transplante são altos em
razão da cooperação entre as pastas. “Antes, tínhamos apenas um núcleo
de doações e o período de espera era de seis meses. Com a integração,
nós passamos a três núcleos em todo o Estado, zeramos a fila e passamos a
disponibilizar para outros estados”, diz.
De acordo com Eliana, outros fatores colaboram com os bons números, a
exemplo da rapidez do transplante. “Além do procedimento não ser
considerado de alto risco e raramente haver rejeições, o grupo sanguíneo
também não é requisito para o receptor”. Conforme a coordenadora, em
outros estados, “as filas de espera também zeraram, mas logo depois
voltaram a crescer. Porém, o Ceará mantém os números firmes”.
(Diário do Nordeste)