A nova espécie de peixe-elétrico é capaz de dar um choque oito vezes
maior que uma tomada, entretanto, a tomada continua sendo mais letal.
Também conhecido como poraquê, o Electrophorus electricus é um
peixe-elétrico típico da Amazônia e pode medir mais de dois metros de
comprimento.
Além disso, a enguia elétrica faz parte de um grupo de 250 espécies
capazes de produzir eletricidade de forma natural, conforme o The
Guardian.
Entretanto, o grande diferencial é que enquanto alguns peixes podem
descarregar uma voltagem de 10 V a 15 V para comunicação e navegação, o
poraquê utiliza uma descarga de 600 V para caça e defesa.
Após 250 anos da descoberta do peixe-elétrico, um estudo realizado por
pesquisadores brasileiros e norte-americanos constatou que existem três
tipos diferentes de poraquês.
Uma dessas espécies produz uma descarga elétrica de 860 volts, uma voltagem oito vezes maior que as tomadas de 110 V.
"No entanto, a duração da descarga é bastante reduzida, de um a três
segundos", afirmou Carlos David de Santana, pesquisador brasileiro do
Museu Nacional de História Natural dos EUA.
O estudo faz parte de um projeto que pretende mapear todos os peixes
elétricos da América do Sul. Até o momento, os pesquisadores coletaram
107 espécimes vivos de poraquês com o objetivo de estudar as possíveis
diferenças morfológicas, genéticas e elétricas.
Segundo de Santana, os resultados do estudo mostram a grande diversidade
amazônica, bem como ressaltam a importância de protegê-la.
"Apesar de todo o impacto humano na floresta amazônica nos últimos 50
anos, ainda podemos descobrir peixes gigantes como as duas novas
espécies de enguias elétricas", afirmou o pesquisador.
A eletricidade natural dos poraquês vem de células chamadas eletrólitos.
Com aproximadamente seis mil eletrólitos, agrupados em três órgãos,
eles podem produzir uma grande voltagem.
Apesar de seu poder, sua voltagem não é letal ao ser humano, já que seu choque é rápido e possui uma amperagem muito baixa.
As espécies recém-descobertas podem revelar uma "diversidade oculta" de funções "de interesse para o meio científico".
Sputnik