O presidente Jair Bolsonaro se
reuniu nesta segunda-feira (7) com ministros e comandantes das Forças Armadas
para discutir o aparecimento de manchas de óleo em praias do Nordeste. O
encontro aconteceu na sede do Ministério da Defesa.
Após a reunião, Bolsonaro disse a
jornalistas que as manchas de óleo estão sendo “analisadas” desde 2 de
setembro. Ele afirmou que trata-se de uma investigação “bastante complexa” e
frisou que o óleo não é produzido e nem comercializado no Brasil.
Segundo o presidente, o
aparecimento das manchas pode ter origem criminosa ou acidental. De acordo com
ele, existe um país “no radar”, mas Bolsonaro não quis dizer qual.
“Pode ser algo criminoso, pode
ser um vazamento acidental, pode ser um navio que naufragou também. Agora, é
complexo. Temos, no radar, um país que pode ser o da origem do petróleo e
continuamos trabalhando da melhor maneira possível”, declarou.
Bolsonaro acrescentou que cerca
de 140 navios fizeram o trajeto pela região, mas não disse em qual período. O
presidente afirmou que, em situações como essa, “seria natural” o comandante –
da possível embarcação que teria derramado o óleo – informar sobre o ocorrido.
“Acidentes acontecem, mas,
infelizmente, com o navio que aconteceu isso, com o possível navio – pelo que
tudo demonstra, não veio também, pelo que parece, não veio de vazamento de
plataforma – infelizmente isso não aconteceu”, lamentou.
Sobre o turismo, Bolsonaro
afirmou que, com toda certeza, haverá impacto negativo no setor na região. “Se
eu estivesse em viagem para lá, a gente não iria”, emendou.
Bolsonaro disse que o ministro do
Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, não está na região, mas está ciente da
situação. Quando questionado sobre se o ministro, que foi denunciado no caso
das candidaturas-laranja do PSL, permanecerá no cargo, Bolsonaro encerrou a
entrevista.
Na sequência o ministro da
Defesa, Fernando Azevedo e Silva, conversou rapidamente com jornalistas. Disse
que, até o momento, nada é conclusivo nas investigações sobre as manchas de
óleo nas praias nordestinas.
“Nada é ou está conclusivo. Isso
é importante. A causa não é isso, não é aquilo. Então, está sendo investigado.
Já foi aberto o inquérito em relação a isso”, declarou.
Participaram presencialmente da
reunião em Brasília os ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Augusto
Heleno (Segurança Institucional), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Ernesto
Araújo (Relações Exteriores) e os comandantes Edson Leal Pujol (Exército) e
Antonio Bermudez (Aeronáutica).
O ministro Ricardo Salles (Meio
Ambiente) e o comandante da Marinha, Ilques Barbosa, participaram da audiência
por videoconferência. Salles está em Sergipe, para onde viajou a fim de fazer
um sobrevoo pelo litoral. Ilques Barbosa está no Rio de Janeiro.
No sábado (5), Bolsonaro
determinou a investigação das causas e dos responsáveis. As investigações são
conduzidas pela Polícia Federal, Ministério da Defesa, Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O presidente fixou prazo de 48 horas, encerrado nesta
segunda, para a apresentação dos dados coletados e as providências adotadas até
o momento.
As manchas de petróleo têm
aparecido em praias nordestinas desde o início de setembro e já atingiram 132
localidades, em 61 municípios de 9 estados. De acordo com o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), a mesma substância está poluindo a costa brasileira.
A Marinha está fazendo o
monitoramento de navios para identificar a origem do óleo que está poluindo as
praias. Análises preliminares indicaram que se trata de petróleo cru, que não é
produzido no Brasil.
Queimadas na Amazônia
No encontro, segundo a assessoria
do Palácio do Planalto, as autoridades também monitoraram os resultados da
Operação Verde Brasil, que tem como foco o combate a incêndios nos estados da
Amazônia Legal.
O presidente Jair Bolsonaro disse
que deve haver uma diminuição na média de focos de incêndio na região.
“Devemos ter a menor média dos
meses de setembro, bem como, a menor média desde o século passado. As Forças
Armadas e demais órgãos agiram na hora certa, porque os incêndios e os focos de
calor são uma constante na região por vários aspectos”, declarou.